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Covid-19. Vacinação começa em janeiro e será dividida em três fases

por RTP
André Kosters - Lusa

O plano português de vacinação contra a Covid-19 foi apresentado na tarde desta quinta-feira no Infarmed, em Lisboa, e está dividido em três fases. A vacina deverá chegar a Portugal no início de janeiro e os grupos prioritários incluem doentes com mais de 50 anos, profissionais e residentes em lares e profissionais de saúde e das forças armadas.

Em janeiro poderá começar o último capítulo desta pandemia. Francisco Ramos, coordenador da task force criada para o plano de vacinação Covid-19, anunciou esta quinta que "a informação que existe hoje sobre o processo dá-nos a segurança suficiente para dizer que em janeiro vamos começar a vacinar". As vacinas da Biontech/Pfizer e Moderna deverão ser as primeiras a chegar Portugal. Tudo depende de uma decisão da Agência Europeia do Medicamento.

Segundo o coordenador da task force, o primeiro conjunto de grupos prioritários diz respeito a pessoas com 50 ou mais anos com patologias pré-existentes, como insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal e doença respiratória crónica com suporte ventilatório.
Esta primeira fase de vacinação incluirá também profissionais e residentes em lares ou unidades de cuidados continuados; profissionais de saúde diretamente envolvidos na prestação de cuidados a doentes e profissionais das forças armadas, forças de segurança e serviços críticos.

No total, nesta primeira fase, estima-se que serão vacinadas 950 mil pessoas, sendo 250 mil o grupo dos lares, 400 mil as pessoas com mais de 50 anos e comorbilidades associadas e 300 mil profissionais. Francisco Ramos afirma que num cenário otimista, este grupo prioritário estará vacinado entre janeiro e fevereiro, mas o cenário mais provável estende-se a março.

A segunda fase abrange dois grupos: pessoas com 65 ou mais anos com ou sem patologias (que não tenham sido vacinadas na fase anterior) e cidadãos entre os 50 e 64 com pelo menos uma das seguintes patologias: Diabetes, neoplasia maligna, doença renal crónica, insuficiência hepática, obesidade, hipertensão arterial e outras patologias que poderão ser definidas posteriormente.
Deste grupo fazem parte 2,7 milhões de pessoas e esta fase de vacinação poderá estar concluída em junho ou julho, aponta Francisco Ramos.

Todas as outras pessoas estarão incluídas numa terceira fase de vacinação. Francisco Ramos sublinha que há uma ressalva: "se por qualquer motivo o ritmo de vacinação for mais lento do que aquele que é o cenário base, teremos, naturalmente, que voltar a criar novos grupos prioritários e definir um terceiro grupo".

Onde serão distribuídas as vacinas?
As vacinas serão disponibilizadas e administradas nos centros de saúde, lares e unidades continuados.

O coordenador da task force para o plano de vacinação contra a Covid-19 confirmou que haverá 1200 pontos de vacinação nos centros de saúde em todo o país. "Estes pontos serão os utilizados pelos 400 mil portugueses pertencentes ao grupo de risco identificado”, afirmou Francisco Ramos. Os residentes e profissionais de lares e internados em cuidados continuados poderão ser vacinados nas próprias instituições.

Será criado um “sistema de chamada” para a marcação da vacinação, de modo a que "sejam os serviços de saúde a identificar quem pertence aos grupos de risco. Isso será feito com base na informação disponíveis nos centros de saúde e, sabendo que há um número de portugueses que não os utiliza, existirá uma alternativa que essas pessoas possam usar para ter acesso à vacina nos centros de saúde”, explicou Francisco Ramos.

“Nas fases subsequentes ainda não conseguimos ter um plano detalhado. Será precisa uma expansão da rede de pontos de vacinação, mas com critérios a definir, conforme o calendário e o ritmo de abastecimento de vacinas”, concluiu o coordenador da task force.
Universal, gratuita e facultativa
Tal como já tinha anunciado a ministra da Saúde, António Costa reiterou que a "vacinação vai ser facultativa, gratuita e distribuída a toda a população".

No final da sessão, o primeiro-ministro anunciou que o plano de vacinação apresentado “é claro e transparente” quanto aos critérios de prioridade na administração da vacina.

Para António Costa, a vacina é “uma luz ao fundo do túnel”, mas alerta que “o túnel é ainda muito comprido e bastante penoso”, explicando que as 22 milhões de doses de vacinas adquiridas por Portugal não estarão disponíveis desde o primeiro dia e vão chegando ao longo do ano de 2021.

"Temos boas razões para estar confiantes no sucesso. Mas esta foi a parte mais fácil. As dificuldades começam aqui", disse António Costa, sublinhando que a vacinação será um processo difícil, com "imponderabilidades" externas, mas também com dificuldades a nível interno.

“Essas dificuldades serão crescentes. Vai ser seguramente mais fácil nas primeiras semanas em que teremos poucas doses e em que o universo dos destinatários da primeira fase será ainda limitado. Será seguramente muito mais exigente conforme as doses forem chegando em quantidades mais reforçadas e o universo a vacinar for também mais alargado”, explicou Costa, relembrando que "se a Agência Europeia de Medicamente não aprovar em janeiro a vacina, não teremos uma única dose".

"Estamos hoje, seguramente, num ponto melhor do que estávamos na semana passada e muito melhor do que aquele que estávamos há seis meses atrás", concluiu o primeiro-ministro.
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