Crise nas urgências. Diretor do SNS promete situação melhor do que no verão do ano passado

O problema das urgências pediátricas já foi resolvido. A garantia é do diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde, em entrevista ao Telejornal da RTP esta quarta-feira. Quanto ao encerramento de urgências no verão, Álvaro Santos Almeida assegura que a situação será "menos má" do que no ano passado.

Inês Moreira Santos - RTP /
João Marques - RTP

O objetivo era "tranquilizar os portugueses sobre a situação do SNS", mas o diretor-executivo da instituição começou por relembrar que o "problema nas urgências de pediatria" foram "praticamente resolvidos".

Já no caso da obstetrícia, "o problema não está resolvido porque há uma falta estrutural de recursos humanos".
O SNS, sublinhou Álvaro Santos Almeida, "não tem nos seus quadros obstetras suficientes para assegurar o funcionamento de todas as urgências a todo o tempo". Nesse sentido, a solução "é reorganizar o serviço de urgência, de maneira a garantir que todos têm acesso".

Ainda assim, o SNS tem "menos encerramentos [de urgências]" do que no ano passado e os que há "estão coordenados de maneira a permitir que há sempre uma resposta em cada região", como no caso de Setúbal e de Almada."Há sempre uma [urgência] disponível", assegurou o CEO do SNS.

Questionado sobre o caso da ULS da Lisboa Ocidental que se orientou com o Amadora-Sintra para garantir uma urgência aberta, Álvaro Santos Almeida negou que a direção-executiva do SNS não tenha estado envolvida nos esforços.

"É falso, porque a direção-executiva acabou por autorizar o acordo e participou na elaboração do acordo"
, esclareceu. "[O SNS] Esteve envolvido".

Rejeitando a ideia de manter as urgências regionais, o responsável adiantou que o objetivo do Plano do Governo é implementar "um sistema que concentra num único local todo o serviço de urgência da obstetrícia de uma dada região". Plano que "não avançou", até agora, porque "há restrições à mobilidade dos profissionais".

Sobre os partos recentes em ambulâncias, Álvaro Santos Almeida considera que houve apenas "um ligeiro aumento".

Quanto às dificuldades próprias do verão, o diretor-executivo admitiu não poder garantir "que os problemas estão todos resolvidos", mas assegurou que "a situação será menos má do que no ano passado".

"Temos todos os mecanismos para garantir isso mesmo", declarou. "Não basta coordenar encerramentos, é preciso também assegurar que há transportes para as pessoas que não têm o hospital à porta de casa".

Acabar com a "dependência dos tarefeiros" tem de ser gradual, explicou, até porque "aumentar o número de médicos no quadro não é fácil".

"Há falta de médicos em Portugal e há falta de médicos no SNS, em particular".
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