Demolições na Ria Formosa iniciam-se sem protestos

por RTP
RTP

Começaram as primeiras demolições na Ilha do Farol, no Algarve. Vão ser destruídas e removidas 23 habitações, já que outras 13 estão protegidas por providências cautelares.

As demolições abrangem as habitações identificadas durante o mês de fevereiro e cuja posse administrativa provocou vários protestos na altura.

Esta manhã a situação estava calma, talvez porque os moradores tiveram tempo de retirar os seus haveres das casas a demolir.

O reporter da RTP, Duarte Baltazar, está no local a acompanhar os trabalhos.

A intervenção é da Sociedade Polis Litoral Ria Formosa, criada em 2008 e o objetivo é requalificar e valorizar a orla costeira na ria Formosa.

Uma área que vai de Vale do Lobo, no concelho de Loulé, até Vila Real de Santo António.

De acordo com declarações recolhidas pela agência Lusa, o processo de demolição de 23 construções ilegais deverá demorar cerca de uma semana.

O presidente da Sociedade Polis Ria Formosa, José Pacheco, confirmou à agência Lusa que, das 36 construções previstas para demolição, apenas estas 23 foram consignadas ao empreiteiro. 

"Durante o dia de hoje vai haver a montagem do estaleiro e vão ser salvaguardadas as questões ambientais, com a retirada das telhas de amianto", explicou José Pacheco.

Depois das demolições terá de se fazer a reposição das condições naturais dos locais onde estavam as construções e que inclui a recolha de detritos.

De acordo com o presidente da Polis, até ao dia 20 de maio "tem que estar tudo arranjado", ou seja, antes do início da época balnear.

O comandante da Zona Marítima do Sul, Nuno Cortes Lopes, afirmou à Lusa que a Polícia Marítima está a prestar apoio policial à operação com 80 efetivos no terreno.

"Vamos ter um perímetro exterior, numa zona mais afastada das construções, com 40 polícias e perímetros interiores também com 40 [agentes], nos locais mais próximos das habitações", referiu Cortes Lopes.

Esta manhã estavam no local 40 agentes e outros serviços de apoio, explicou o comandante da Polícia Marítima Pedro Palma à reportagem da RTP.

O único caso de protesto registado esta terça-feira foi de um sem abrigo que se barricou nua das casas e que, por já estar "referendiado", foi depois acompanhado até aos Serviços de segurança Social de Faro. 
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