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Depressão e ansiedade. Especialistas preocupados com aumento de pedidos de ajuda de jovens
Os especialistas estão a acompanhar cada vez mais jovens com problemas de ansiedade e depressão, mas os chamados comportamentos autolesivos estão também a aumentar. Os casos de crianças e adolescentes que acabam por causar lesões no próprio corpo surgem cada vez mais cedo.
São realidades testemunhadas por especialistas como a pediatra Helena Fonseca. Esta especialista em medicina da adolescência do Hospital Santa Maria, em Lisboa, conta que os pedidos de ajuda estão a aumentar.
"Notoriamente as perturbações de ansiedade e os comportamentos autolesivos são, de facto, duas realidades que não viamos com tanta frequência há uns anos atrás, ou porque não nos chegavam, porque andavam ocultas, ou porque efetivamente têm vindo a aumentar", disse Helena Fonseca.
Agora, há mais jovens a procurar ajuda com vários tipos de problemas de saúde mental. Na origem do agravamento deste fenómeno pode estar, por exemplo, a pobreza, alguns tipos de discriminação e até situações de exposição à violência.
"O início de desenvolvimento de perturbações do foro da saúde mental, tais como a ansiedade e a depressão, dependem de um conjunto complexo de fatores, tanto ambienciais como genéticos. Efetivamente aquilo que os investigadores têm vindo a apontar é que a exposição à violência, o racismo, os vários tipos de discriminação, o sexismo, por exemplo, os abusos sexuais, consumo de droga, as dificuldades económicas e no extremo a pobreza, tudo isto são fatores que contibuem para a instalação duma perturbação do foro mental", referiu à Antena 1 Helena Fonseca.
Os especialistas sublinham que os pedidos de ajuda são fundamentais para um tratamento eficaz. Foi isso que Manuela Reis, uma jovem que tem passado por problemas de depressão, e ansiedade. Um caso que a jornalista da Antena 1 Cláudia Godinho foi conhecer.