Detidos de casa de alterne encerrada aguardam julgamento em liberdade
O Tribunal de Bragança mandou hoje em liberdade mediante várias medidas de coacção os cinco detidos ligados à gestão da discoteca "Bruxa", encerrada quarta-feira pelas autoridades por indícios da prática de exploração da prostituição.
Segundo disse à agência Lusa fonte policial, os suspeitos, três homens e duas mulheres, foram ouvidos em primeiro interrogatório judicial até por volta das cinco da manhã.
De acordo com a fonte, o Tribunal aplicou a todos o termo de identidade e residência e a alguns a obrigação de apresentações periódicas às autoridades policiais e pagamento de cauções, que a fonte não soube quantificar, nem relativamente ao montante nem ao número de arguidos.
Uma das detida, de nacionalidade brasileira, era a actual exploradora do estabelecimento, o mais antigo da cidade de Bragança conotado com a prostituição e que reabriu alguns meses após a mega operação policial de 14 de Fevereiro de 2004 que encerrou as três principais casas de alterne da cidade (ML, Top Model e NickHavanna).
De acordo com as autoridades, a mulher em causa é cunhada do ex-proprietário da "Bruxa" e de uma das casas encerradas na operação de 14 Fevereiro, a ML ou Montelomeu.
O indivíduo encontra-se a monte desde essa noite, tendo pendente no Tribunal de Bragança um inquérito, no âmbito do qual foi emitido um mandado de captura internacional.
As autoridades encerraram na madrugada do dia 15 de Junho a quarta casa de alterne de Bragança, numa operação conjunta da PSP de Bragança, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e Ministério Público.
Na operação foram detidos três homens, dois brasileiros e um espanhol, e duas mulheres, uma brasileira e outra colombiana, ligados à gestão da casa.
Foram ainda detidas sete brasileiras que trabalhavam na discoteca e que ficam a aguardar o desenrolar de processos em curso no SEF, que podem levar à sua expulsão do país por se encontrarem em situação irregular.
As autoridades selaram o acesso aos apartamentos por cima do estabelecimento, onde suspeitam que ocorreria a prática da prostituição.
Da operação resultou também a apreensão de quatro viaturas, dinheiro, material diverso e documentação.
Esta operação surge mais de dois anos depois da polémica desencadeada pelas "Mães de Bragança" em torno das "meninas brasileiras", que chegou à capa da revista "Time".
O tribunal de Bragança já condenou a penas até sete anos de prisão oito arguidos, seis relacionados com o bar "NickHavanna" e dois com o "Top Model".
Algumas das penas foram suspensas, mas as mais pesadas foram aplicadas aos proprietários ou gerentes, a maior parte dos quais aguarda pela decisão de recursos em prisão preventiva.
A excepção é o proprietário do "Top Model", a quem o tribunal da relação permitiu aguardar pelo recurso em prisão domiciliária com pulseira electrónica.