No Dia Mundial da Asma, a vice-presidente da ANF, Maria da Luz Sequeira, anunciou que a campanha se prolonga até sábado.

Ao longo destes quatro dias e nas 1.600 farmácias que aderiram à campanha da ANF os doentes poderão realizar um teste de controlo da asma, o qual permite, através da resposta a cinco questões, "avaliar o estado da doença nas últimas quatro semanas".

Nestas farmácias estarão igualmente disponíveis folhetos sobre a doença e instruções ilustradas para ajudar o doente a utilizar correctamente o inalador.

De acordo com a farmacêutica e responsável pela área da asma na ANF, Anabela Madeira, existem no mercado sete dispositivos (inaladores) diferentes.

Os utilizadores destes inaladores nem sempre os aplicam da forma correcta, cometendo erros comuns, como não suster a respiração durante dez segundos, após a inalação.

"São erros comuns que se devem à utilização frequente destes inaladores", explicou, alertando para a necessidade destes doentes serem frequentemente inquiridos sobre a forma como usam os dispositivos.

Em Novembro do ano passado, a FDA (entidade norte-americana que controla o sector dos produtos fármacos e alimentares) alertou médicos e doentes para "os perigos associados a alguns medicamentos de tratamento para a asma".

Depois de estarem a ser comercializados há 11 anos, a FDA concluiu que os Beta-Agonistas de Acção Prolongada (BAAP) "podem aumentar o número de episódios graves de asma e, consequentemente, provocar a morte".

A decisão da FDA vem na sequência da divulgação dos resultados do estudo SMART (Salmeterol Multicenter Asthma Research Trial) que detectou a ocorrência de uma morte em cada 700 doentes, por ano de tratamento com esta classe de medicamentos (foram analisados 26 mil doentes).

Apesar da campanha da ANF terminar sábado, os asmáticos poderão encontrar informação sobre esta matéria nas farmácias depois desta data, disse Maria da Luz Sequeira.

O lançamento da campanha realizou-se hoje, Dia Mundial da Asma, uma doença que afecta cerca de um milhão de portugueses.

De acordo com a ANF, a asma é "uma doença crónica que representa um grave problema de saúde pública".

Trata-se de uma doença que está na origem de "frequentes internamentos hospitalares, bem como de absentismo laboral e/ou escolar significativos, além de implicar custos directos e indirectos relevantes".

As doenças do aparelho respiratório são a terceira causa de morte em Portugal e são a causa de 15 milhões de dias de baixa, que custam ao Estado 1.800 milhões de euros por ano, segundo o relatório preliminar do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias (ONDR).

A asma é uma das doenças crónicas mais comuns no mundo, afectando mais de 300 milhões de pessoas.