As palavras de Cavaco Silva foram proferidas após ter presidido à cerimónia de inauguração da nova sede da União das Misericórdias Portuguesas.

Dias Loureiro "garantiu-me solenemente que não cometeu qualquer irregularidade nas funções que desempenhou" em empresas ligadas ao grupo Banco Português de Negócios (BPN).

"Não tenho qualquer razão para duvidar da sua palavra", acrescentou.

Falando aos jornalistas no final da cerimónia, em que esteve presente a ministra da Saúde, Ana Jorge, e o procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, Cavaco Silva referiu que recebeu segunda-feira, ao fim do dia, no Palácio de Belém, Dias Loureiro, a pedido deste.

De acordo com Cavaco Silva, o conselheiro de Estado Dias Loureiro assegurou nessa conversa "que as suspeitas lançadas sobre ele não têm qualquer fundamento, são mentira".

"Eu não tenho nenhuma razão para duvidar da sua palavra", frisou o Presidente da República.

Interrogado se o caso com Dias Loureiro lhe está a causar incómodo, o Presidente da República deu a seguinte resposta:

"São 19 os conselheiros de Estado. Todos me merecem o maior respeito. O Presidente da República não faz julgamentos, nem faz investigações", declarou.

Para o Presidente da República, "face à afirmação solene" de Dias Loureiro, não há "nenhuma razão para duvidar da sua palavra", da mesma forma que não tem qualquer razão "para duvidar da palavra de muitas outras pessoas que falam comigo".

"Não é tarefa de um Presidente da República fazer julgamentos a qualquer pessoa, seja membro do Governo, das Forças Armadas ou membro do Conselho de Estado. Nem é tarefa de um Presidente da República fazer trabalhos de investigação", acrescentou.

PMF/PL.