Diretor do Programa para a Saúde Mental alerta que faltam medidas para responder à depressão causada pela crise

por Sandra Henriques

Foto: Ali Ali/EPA

O diretor do Programa Nacional para a Saúde Mental, Álvaro Carvalho, acredita que o país não está a reagir da forma mais adequada ao agravamento dos problemas de ansiedade e depressão em contexto de crise. O responsável ressalva que vão ser precisos alguns anos para analisar com rigor os efeitos da crise nas crianças.

“A resposta que Portugal está a dar, em termos da evidência científica, não me parece ser aquela que é apontada como desejável. Não consta que estejam ser desenvolvidos programas ativos no mercado de trabalho. Não consta que esteja a ser promovida a disponibilização de subsídios a pessoas desempregadas ou em crise económica. Este problema ultrapassa a saúde”, afirma à Antena 1 o diretor do Programa Nacional para a Saúde Mental.

Álvaro Carvalho sublinha que, “numa situação de crise emocional decorrente de um fator externo tão grave como o desemprego ou as dificuldades económicas, não são os antidepressivos, nem são as psicoterapias que vão ajudar as pessoas a resolver essa crise emocional”.

Em Portugal há cada vez mais crianças e jovens com problemas de ansiedade ou depressão em contextos familiares afetados pela crise, nos quais se fazem sentir os efeitos do desemprego, da emigração dos pais e do empobrecimento.

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