Distribuidoras querem "demonstrar cabalmente a segurança do produto"
Lisboa, 02 Abr (Lusa) - As distruibuidoras do suplemento alimentar Depuralina em Portugal consideram que "o mais importante, neste momento, é demostrar cabalmente a segurança do produto", declarou um responsável das empresas à agência Lusa.
Ricardo Leite, director técnico e farmacêutico da Dietlab (que procede à distribuição em farmácias e parafarmácias) e da Dietmed (que distribui o produto em ervanárias e dietéticas), falou à Lusa após uma reunião com o Gabinete de Planeamento e Políticas do Ministério da Agricultura.
"O nosso objectivo, ao solicitarmos a reunião, era o de ficarmos a conhecer as razões e os fundamentos que conduziram à decisão de suspensder a comercialização da Depuralina", afirmou o responsável.
Todavia, "alegando a reserva da privacidade e o sigilo médico", o Gabinete de Planeamento e Políticas "escusou-se a facultar os processos que relacionam o consumo de Depuralina com episódios de doença, limitando-se a confirmar que são três os relatórios em causa", declarou Ricardo Leite.
"O Ministério da Agricultura afirmou, porém, que iria recorrer ao seu gabinete jurídico para decidir que documentos nos podem ser disponibilizados, pelo que vamos aguardar até quinta-feira", revelou.
Ainda de acordo com o director técnico e farmacêutico, durante a reunião o Gabinete informou que esta terça-feira pediu à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) que avaliasse o risco do suplemento.
Além de querer esclarecer a segurança da Depuralina, as distribuidoras pretendem saber "qual dos quatro produtos Depuralina causou problemas", disse Ricardo Leite, acrescentando que "também já foram solicitadas, a uma autoridade acreditada espanhola, análises ao produto, devendo haver respostas dentro de dois dias".
Em relação ao casal que, segundo a rádio TSF, está internado no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, com sintomas de reacção alérgica depois de ter tomado o suplemento alimentar, o responsável comentou que, "na sequência das indicações do Ministério da Saúde para os utilizadores de Depuralina, é normal que qualquer pessoa que tome o produto corra para o hospital se sentir algum mal-estar".
Ricardo Leite lamentou ainda "a confusão de conceitos que tem vindo a público" e recordou que "os suplementos alimentares estão regulados por uma directiva comunitária transposta para o direito interno dos vários estados-membros".
A venda do suplemento alimentar Depuralina foi suspensa terça-feira devido a "fortes suspeitas de associação causal entre a utilização" do produto e o aparecimento de episódios tóxicos graves, como alergias (choque anafiláctico) e toxicidade do fígado.
A medida teve lugar após a notificação de "três casos graves de doença aguda, e após análise por especialistas da Direcção-Geral da Saúde, do Gabinete de Planeamento e Políticas do Ministério da Agricultura e do Infarmed", segundo um comunicado da Direcção-Geral da Saúde, Gabinete de Planeamento e Políticas do Ministério da Agricultura e Autoridade Nacional do Medicamento.
O documento recomenda ainda que os consumidores do suplemento suspendam o seu consumo e, caso apresentem qualquer alteração do seu estado de saúde, consultem de imediato um médico.
HSF/PL
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