Distrital do Porto do PSD declara-se equidistante
A Distrital do PSD/Porto, a maior do país em número de militantes, decidiu manter uma posição de equidistância face a todos os candidatos à liderança do partido, anunciou o presidente da estrutura.
Agostinho Branquinho, que falava aos jornalistas após uma reunião da Comissão Política Alargada do PSD/Porto, assegurou que nenhum dos candidatos assumidos ou perfilados "tem, ou terá, o apoio estratégico" da estrutura portuense, que congrega 30 mil militantes social-democratas.
Agostinho Branquinho frisou, contudo, que a equidistância da estrutura face às várias candidaturas "não impedirá o PSD/Porto de apresentar ao PSD Nacional a sua visão do que deve ser o país".
"Apresentaremos um documento procurando influenciar a atitude do PSD nos próximos dois anos", acrescentou.
Revelou ainda que em Setembro, "quando ficar claro o quadro de candidatos", a Distrital do PSD/Porto vai realizar uma reunião magna para avaliar os projectos das diversas candidaturas.
Pedindo um PSD mais combativo, Branquinho reconheceu que até agora o partido "não o pôde fazer" porque "teve de recuperar do seu resultado eleitoral mau nas legislativas de 2005".
Essa fase, disse, "está encerrada e as eleições directas até permitem vincar a mudança de ciclo".
Nas suas declarações aos jornalistas, o dirigente saudou a decisão do actual líder do partido, Marques Mendes, de antecipar as directas na sequência da derrota eleitoral nas intercalares autárquicas de Lisboa.
"Se não tivesse tomado essa posição, o PSD estava hoje em desagregação", opinou, considerando ser importante que os partidos "percebam" os sinais que recebem dos portugueses.
As directas são "uma excelente oportunidade para reganharmos alento e nos viramos para fora. Em 28 de Setembro não vamos eleger apenas o líder do PSD, mas também possivelmente o próximo primeiro-ministro", afirmou.
Face a críticas de Luís Filipe Menezes sobre as condições de participação dos militantes na eleição do futuro líder, Branquinho defendeu que o PSD "não pode passar as próximas semanas a discutir questões internas".
"Tem de se garantir democraticidade interna" mas se o PSD alinhar num processo autofágico, estamos a dar um contributo sério para que o PS volte a ter maioria absoluta", frisou.