Doenças cardiovasculares ainda são a principal causa de morte em Portugal

por Sandra Salvado, RTP
Stephanie McGehee, Reuters

As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de mortalidade entre a população portuguesa, tal como em todos os países da Europa. Isto apesar da tendência constante de decréscimo verificada nos últimos anos.

Entre 1988 e 2012 houve um decréscimo de 14 por cento de óbitos pela principal causa de morte em Portugal. Em 1988 a taxa foi de 44, 4 por cento; em 2012 ficou-se pelo 30,4 por cento.

A tendência de queda, descrita em anos anteriores, mantém a sua atualidade, não havendo qualquer alteração relevante da posição das doenças do aparelho circulatório como principal causa de morte.





Os dados fazem parte do Programa Nacional para as Doenças Cérebro Cardiovasculares, da Direção-Geral da Saúde (DGS), apresentado esta quinta-feira.

A mortalidade prematura em Portugal por doenças do aparelho circulatório desceu 18 por cento em quatro anos, tendo reduzido igualmente a mortalidade precoce por doenças cerebrovasculares, de acordo com os dados do documento agora apresentado.

A mortalidade precoce é avaliada pelos anos potenciais de vida perdidos e corresponde ao número de anos que, teoricamente, uma população deixa de viver por morte prematura, antes dos 70.
AVC e Doença Isquémica Cardíaca
O estudo considera, separadamente, as duas componentes essenciais da mortalidade por doenças do aparelho circulatório: a doença cerebro-vascular, com expressão mais relevante no acidente vascular cerebral (AVC) e a doença isquémica cardíaca, englobando diferentes formas de apresentação clínica, incluindo o enfarte agudo do miocárdio.

Dentro das doenças do aparelho circulatório, a taxa de mortalidade por doenças cerebrovasculares é continuadamente superior à das doenças isquémicas do coração (incluindo o enfarte agudo do miocárdio).





Esta proporção é inversa da verificada na maioria dos países europeus e mesmo mediterrânicos, por razões não completamente esclarecidas.

A importância da morte súbita, muitas vezes como manifestação inaugural das doenças cardiovasculares, constitui um desafio específico que justifica uma análise mais aprofundada dos locais de óbito.

Em comparação com a globalidade das causas de morte, as doenças do aparelho circulatório ocorrem em percentagem mais relevante no domicílio ou em “outros locais”.
Portugal abaixo da média da União Europeia
A importância relativa da mortalidade por doenças cerebrovasculares e doença isquémica cardíaca apresenta um padrão distinto do verificado na maioria dos países europeus.





Na análise comparativa, merece ser destacada a posição privilegiada de Portugal da mortalidade por doença isquémica cardíaca, muito abaixo da média da União Europeia.

Na lista das doenças com maior número de anos potenciais de vida perdidos, as doenças cerebrovasculares e as doenças isquémicas do coração ocupam os quinto e sexto lugares. A tabela é liderada pelas doenças relacionadas com o álcool.
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