Domingos Névoa com solidariedade de mais de 50 empresários em jantar em Braga

Um grupo de 53 empresários de Braga promove quarta-feira um jantar de solidariedade para com o administrador da Bragaparques, Domingos Névoa, por considerar que está a ser "injustamente julgado na praça pública", disse hoje à Lusa um dos promotores.

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O empresário António Santos adiantou que a iniciativa junta apenas um grupo de amigos que se sentem "indignados" com o facto de Domingos Névoa ser dado como culpado em alguns meios políticos e da comunicação social, "antes de a justiça se pronunciar".

"Estão a tentar, mas não conseguirão, destruir a imagem de um homem que sempre trabalhou, de sol a sol, para criar riqueza para si, para a região e o país", afirmou, frisando que "não é um qualquer "Zé" que pode ofuscar o valor de um homem que, vindo do nada, construiu um grupo económico que dá emprego, directo ou indirecto, a duas mil pessoas".

O repasto, que decorre no restaurante "O expositor", está a ser preparado por António Santos, em cooperação com o advogado Vespasiano Macedo, ex-administrador da Bragaparques, SA.

Os organizadores, que não convidaram nenhum político, têm recebido inúmeros pedidos de participação, mas não os aceitaram dado quererem salvaguardar o cariz de reunião de amigos.

Entre as 53 personalidades presentes, que "representam 80 por cento do PIB regional", contam-se os presidentes, da Associação Industrial do Minho, António Marques, da Associação Comercial de Braga, Alberto Pereira, e do Sporting Clube de Braga, António Salvador, este, também, na qualidade de administrador da Britalar, SA, bem como o sacerdote, Cónego Eduardo Melo.

O jantar não é aberto à comunicação social, dado que - sublinha António Santos - "não se pretende fazer uma homenagem pública ao empresário".

Os promotores acentuam que, independentemente de qualquer decisão judicial, o empresário - que criou o grupo económico Rodrigues & Névoa - "é um homem cujo trabalho merece, não ser glorificado, mas seguido, como exemplo, por muitos outros gestores portugueses".

Pretendem, apenas - acrescentou - que "os políticos e fautores de opinião deste país deixem que a justiça faça o seu caminho, de forma a que Domingos Névoa prove a sua inocência - ou seja declarado culpado - em Tribunal".

António Santos atribui "a falta de consideração de alguns políticos de Lisboa" para com o empresário, ao facto de "ser difícil de aceitar que uma empresa de Braga se distinga no quadro empresarial nacional, e seja capaz de concorrer e vencer em qualquer mercado, nomeadamente no da construção e exploração de parques de estacionamento, onde foi pioneira em Portugal.

Assinala que, recentemente dois grandes juristas portugueses, os professores de Direito Costa Andrade e Germano Marques da Silva, emitiram pareceres nos quais defendem que Névoa não cometeu qualquer crime no processo em que está acusado de "corrupção activa".

O Ministério Público sustenta que o empresário terá, alegadamente, oferecido 200 mil euros ao vereador do Bloco de Esquerda para que este desistisse da acção popular que interpôs contra a permuta de terrenos do Parque Mayer pelos da Feira Popular, negociada entre a Bragaparques e a Câmara de Lisboa.

Névoa contrapõe que foi Ricardo Sá Fernandes, irmão do actual vereador, que lhe pediu 500 mil euros para a campanha eleitoral do Bloco de Esquerda, e garante que o negócio da permuta "foi claro e transparente" tendo sido ele o único prejudicado com os valores finais em que assentou a permuta.


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