Dona de pedreira de Sesimbra remete explicações para empresa de explosivos

A Sobrissul, proprietária da pedreira onde ocorreu uma forte explosão na noite de quarta-feira, remeteu explicações para a empresa que programou a destruição de explosivos, a Maxampor, de Alcochete. A detonação, realizada perto da aldeia de Pedreiras, em Sesimbra, foi ouvida em vários concelhos.

RTP /
A explosão foi provocada por nove mil metros de cordão detonante que estariam no fundo da pedreira para serem queimados Rui Minderico, Lusa

“A Maxampor vai prestar esclarecimentos logo que seja oportuno”, revelou à Lusa uma funcionária da Sobrissul, que se recusou a avançar mais informações.

A explosão, que provocou um alarme público nas populações da península de Setúbal e na zona da grande Lisboa, foi provocada por nove mil metros de cordão detonante que estariam no fundo da pedreira para serem queimados, e ocorreu pouco depois das 22h00.

Esta manhã a jornalista da RTP Filipa Costa esteve à entrada da Sobrissul e constatou que a pedreira já tinha retomado a laboração.
Na noite de quarta-feira, aguns dos habitantes da zona deslocaram-se à pedreira para tentar perceber o que tinha acontecido.
Segundo a Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública, o que estava previsto era uma queima controlada de resíduos explosivos. No entanto, a carga terá sido superior ao normal.

Os moradores que vivem junto à pedreira apanharam um grande susto.
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Os militares da GNR fizeram peritagens na pedreira, onde recolheram provas e “testemunhos de entidades que estiveram no local”.

O major Marco Cruz, porta-voz da GNR, revelou ao jornalista Nuno Rodrigues da Antena 1 que “só em sede de investigação é que conseguimos apurar o que terá acontecido”.
O porta-voz da GNR escusou-se a apontar possíveis motivos, mas admitiu que a Guarda recebeu a informação de que a explosão programada iria acontecer.
“Um imprevisto”
Logo a seguir à explosão, o presidente da Câmara de Sesimbra afirmava, por sua vez, tratar-se de “um imprevisto” e que a queima dos resíduos estava programada, com a necessária autorização da PSP.
Augusto Pólvora acrescentou que “o que correu mal foi ter havido a explosão” e revelou que nunca foi avisado deste tipo de operações nas pedreiras, “nem se tinha de ser avisado e a população também”.

A detonação não provocou vítimas. Há apenas a registar alguns danos materiais, como vidros partidos nas zonas mais próximas da pedreira.

O autarca de Sesimbra reconhece que a explosão provocou estragos e afirma que tem conhecimento de “pelo menos duas pessoas, moradoras na aldeia de Pedreira, situada a pouco mais de um quilómetro da pedreira, com vidros partidos.
Ainda segundo Augusto Pólvora, “as pessoas que tenham sofrido danos provocados pela explosão devem apresentar queixa na GNR, de modo a serem indemnizadas”.
A Proteção Civil atendeu várias chamadas durante a noite. Contudo, nos momentos que se seguiram à explosão, as informações sobre a sua origem ainda eram escassas.
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