Dos autos "não consta nenhuma prova que permita tirar conclusões" contra Duarte Lima - advogado
Lisboa, 30 set (Lusa) - O advogado de Duarte Lima no Brasil garantiu hoje que dos autos do inquérito à morte de Rosalina Ribeiro "não consta nenhuma prova que permita tirar as conclusões" que jornais portugueses fazem do alegado envolvimento do seu cliente.
Em nota enviada à agência Lusa, João Ribeiro Filho refere que teve acesso aos autos do inquérito (investigação) e que, embora não possa falar dos seus detalhes, porque estão em segredo de justiça, pode "afirmar categoricamente que dele não consta nenhuma prova que permita tirar as conclusões" apresentadas hoje na imprensa portuguesa.
O defensor de Duarte Lima no Brasil aludia a notícias hoje divulgadas na imprensa sobre o alegado envolvimento de Duarte Lima no caso do homicídio de Rosalina Ribeiro, companheira do milionário português já falecido Tomé Feteira.
João Ribeiro Filho assegura que "a seu tempo a única conclusão possível de extrair do inquérito é a inocência de Duarte Lima relativamente às gravíssimas e intoleráveis suspeições que sobre ele têm sido lançadas".
Rosalina Ribeiro foi assassinada em dezembro de 2009. Morava no Rio de Janeiro e foi dada como desaparecida e, posteriormente, foi encontrada morta com dois tiros em Saquarema, na região dos Lagos, no estado do Rio de Janeiro.
A antiga secretária do empresário português Lúcio Tomé Feteira, falecido em 2000, estava a disputar na Justiça brasileira com a filha deste uma herança milionária e Duarte Lima, ex-líder parlamentar do PSD, era o seu advogado.
Por outro lado, corre no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) um processo resultante de uma queixa apresentada pela filha de Tomé Feteira, que acusa Duarte Lima de ter nas suas contas dinheiro da herança do milionário.
Em causa estão 5,25 milhões de euros que Olímpia Feteira diz terem sido "retirados das contas pertencentes à herança" de Tomé Feteira e depositados nas contas de Duarte Lima, que foi constituído arguido neste processo, segundo a imprensa.
O ex-líder parlamentar do PSD tem alegado que esse dinheiro resulta de "transações feitas de contas que nada tinham a ver com a herança".
Duarte Lima tem também alegado sempre a sua inocência no caso da morte de Rosalina Ribeiro.
O responsável pelas investigações do caso da morte de Rosalina Ribeiro no Rio de Janeiro, delegado Henrique Damasceno, afirmou no dia 9 de setembro que o processo estava prestes a ser concluído.