Em Alijó 110 mil lâmpadas anunciam Natal em casa de ex-emigrante

Um ex-emigrante nos EUA tem a partir de hoje a sua casa na Chã, Alijó, iluminada com 110 mil lâmpadas, uma iniciativa que repete pelo sexto ano consecutivo para assinalar, de forma especial, o Natal.

Agência LUSA /

Entrar no quintal transmontano de Manuel Ribeiro, de 63 anos, é como se se "mergulhasse" numa "verdadeira e gigantesca" árvore de Natal, onde não faltam as figuras do presépio e as ovelhas, o pastor, a vaca e o burrinho.

De cerca de 100 mil lâmpadas em 2003, o ex-emigrante resolveu juntar este ano mais 10 mil luzes à iluminação, que no seu conjunto tem já mais de 110 mil luzinhas que são ligadas mal escurece.

Logo à entrada, José e Maria, representados em imagens com 90 centímetros, e o menino Jesus, este ano vindo directamente dos EUA, dão as boas vindas aos visitantes que diariamente vão à Chã para ver "uma casa iluminada como nunca se viu por estas paragens".

São luzes no telhado, na varanda, nos parapeitos das janelas, nas palmeiras, nos arbustos e em quase todos os lugares onde a imaginação de Manuel Ribeiro entendeu que se podia colocar uma lâmpada.

O novo pinheiro de Natal, de sete metros de altura, construído em ferro e iluminado com luzes brancas que colocou no telhado da sua casa é uma das novidades que apresenta este ano.

É que, segundo referiu, o pinheiro que estava no seu quintal secou no ano passado devido, provavelmente, "à quantidade de luzes" que o iluminavam e por isso Manuel Ribeiro foi obrigado a fazer uma nova árvore de Natal A fazer companhia à "nova árvore", estão também colocados no telhado os anjos, o trenó e uma estrela, visível a vários quilómetros de distância.

A inauguração das luzes em casa de Manuel Ribeiro realizou-se este domingo dia em que - frisou à Lusa - "pararam dois autocarros com 120 pessoas e cerca de 30 automóveis só para verem esta árvore de Natal gigantesca".

"Faço isto porque eu e a minha mulher gostamos muito desta quadra festiva e também porque adoro ver o sorriso das crianças quando olham para as luzes e para o presépio", afirmou o ex-emigrante.

Para a mulher, Arminda Ribeiro, "é um presente de Natal" que a sua família dá às crianças, aos vizinhos e aos visitantes.

"Vêm pessoas de todo o lado de propósito para ver a nossa casa", disse, salientado que os autocarros que no domingo pararam na Chã regressavam a Bragança depois de uma viagem até Fátima.

Segundo Manuel Ribeiro, "aqui as pessoas não têm o hábito de iluminar assim as casas e não há quase nada para as crianças poderem ver e deliciarem-se com a magia do Natal".

Explicou que se trata de um costume que a sua família adquiriu no decorrer dos 12 anos em que esteve emigrada no Estado de Nova Iorque, nos EUA.

"Quando passei o primeiro Natal na América, a dor da saudade que sentia da família apenas foi mitigada pela alegria que via em todas as casas dos meus vizinhos", afirmou Arminda.

Disse que, com o marido e o filho, chegava a andar "mais de 60 quilómetros" para observar moradias enfeitadas com motivos natalícios.

Os preparativos para instalação dos bonecos e a colocação das mais de 110 mil lâmpadas já começaram em Setembro, e durante as próximas semanas, Manuel Ribeiro vai passar a maior parte dos seus dias a cuidar da sua obra.

"As lâmpadas estão a fundir-se a toda a hora. Tenho que andar sempre a correr de um lado para o outro para conseguir substituir as luzes que falham", frisou.

Entre os metros de tubos iluminados e as centenas de conjuntos de luzes de cores azuis, verdes, amarelas, vermelhas e brancas, Manuel Ribeiro conseguiu acender 110 mil lâmpadas, uma iniciativa que este ano já conta com uma "ajuda" da Câmara de Alijó e da Junta de Freguesia local para pagar a conta de electricidade.

"Chegamos a gastar 200 contos (1.000 euros) só na conta de luz durante esta quadra, sem contar com as lâmpadas e outro material que todos os anos são precisos", salientou.

Referiu que este ano esteve "quase a desistir" e que só o apoio da autarquia e a alegria que vê "estampada no rosto das crianças e adultos" o fizeram mudar de ideias.

A família Ribeiro liga as luzes diariamente às 17:30 e depois de cerca de quatro horas a encantar os "mirones" desliga-as.

Os enfeites continuarão a iluminar a casa e as redondezas até 10 de Janeiro.

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