Mais de 8,7 milhões certificados digitais de vacinação, testagem e recuperação da covid-19 foram emitidos em quatro meses pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), revelou o presidente desta entidade.
O certificado é cada vez menos solicitado porque mais de 85% da população já está vacinada, disse em entrevista à agência Lusa Luis Goes Pinheiro, presidente dos SPMS, entidade responsável pela emissão dos certificados, pela Linha SNS24 e pelos sistemas de tecnologia de informação do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Atualmente, o documento é necessário em Portugal para entrar num bar ou numa discoteca, para visitar idosos em lares ou pessoas internadas em hospitais, para viajar e para eventos para salas com mais de 1.000 pessoas ou 5.000 no exterior.
Comentando a importância dos certificados digitais, Luis Goes Pinheiro afirmou que "cumpriram muitas funções", desde logo a de "dar um empurrãozinho para a vacinação".
"Em Portugal, provavelmente, não seria necessário porque de facto os portugueses deram uma prova absolutamente extraordinária de responsabilidade, mas o certificado não é só português, é um certificado europeu e acho que foi importante para dar esse empurrão para a vacinação", salientou.
Também têm a função de tranquilizar as pessoas, além de ter dado "um contributo decisivo" para uma maior liberdade: "A vacinação foi crucial e o certificado é que atesta isso".
Luís Goes Pinheiro apelou ainda aos portugueses para estarem atentos à data de validade do certificado de vacinação, que é de 180 dias, e que procedam à sua renovação na aplicação móvel SNS24, no portal do SNS24 ou nos Espaços Cidadão.
"App SNS24" foi salto qualitativo
Com a pandemia, salientou, o centro de contacto (808 24 24 24) ganhou uma maior notoriedade e as pessoas foram sentindo que era "uma porta sempre aberta para si".
"Tanto é que 2021 já é o ano com mais chamadas atendidas no SNS. Estamos a falar de mais de 4.350.000", realçou, referindo também que o serviço passou cerca de 1,3 milhões de requisições de testes de diagnóstico à covid-19.
O responsável disse que quando a pandemia começou, há mais de um ano, o SNS 24 recebia "cerca de metade (das chamadas), portanto, já é muito relevante o número de pessoas que usam o SNS 24".
Já foram abertos 111 balcões e irão abrir mais até ao final do ano, sendo o objetivo estender estas unidades a todo o país, avançou Luís Goes Pinheiro.