Os estaleiros navais do Mindelo (Cabnave), ilha de S. Vicente, deverão em breve ser privatizados, ou concessionados, e a empresa portuguesa teve inclusivamente reuniões em Cabo Verde com o ministro das Infra-estruturas, Transportes e Mar, Inocêncio Sousa.

Além da empresa portuguesa também a China está na corrida.

A Agência Lusa questionou directamente o ministro de Estado e das Infra-estruturas, Transportes e Mar, que disse que o assunto não estava a ser tratado por ele mas sim pelo Ministério da Economia ou pelo Ministério da Finanças.

Contactado o Ministério das Finanças, fonte do gabinete da ministra Cristina Duarte disse que a questão da eventual privatização da Cabnave era um dossier na posse do ministro da Economia, José Brito.

A Lusa questionou então José Brito, que disse que o processo está a decorrer e que ainda não há decisões, pelo que não pode adiantar pormenores.

No entanto, quando questionado sobre a existência de duas propostas, uma portuguesa e outra chinesa, o ministro disse que está "a negociar com os chineses" e que não tem conhecimento de qualquer proposta da parte de uma empresa portuguesa.

No entanto, fonte contactada pela Lusa garantiu que houve de facto uma reunião entre o advogado da empresa portuguesa, José Maria Martins, e o ministro Inocêncio Sousa, que decorreu no passado dia 01 de Fevereiro.

O mesmo advogado, responsáveis da empresa e a representante do AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) na Cidade da Praia, Conceição Melo, voltaram a reunir-se com o ministro Inocêncio Sousa a 13 de Fevereiro, altura em que foi apresentada uma proposta formal para a exploração da Cabnave.

Documentos a que a Lusa teve acesso indicam também que a própria embaixada de Portugal na Cidade da Praia está a par da proposta da MPG, bem como o gabinete em Lisboa do Secretário de Estado João Cravinho (Negócios Estrangeiros e da Cooperação).

A MPG é uma empresa no ramo da reparação e construção naval, com estaleiros na Lisnave, em Setúbal, onde constrói actualmente nove navios.

A empresa propôs ao governo de Cabo Verde ou a aquisição dos estaleiros, por compra, ou então a concessão ou a gestão ou até uma parceria.

E garantiu uma forte aposta na formação profissional e no emprego directo, a médio prazo, a 500 trabalhadores.

"A proposta da empresa portuguesa é interessante porque contém a promessa de criação local de emprego e de mão-de-obra especializada", disse à Lusa fonte ligada ao processo.

FP/CLI.