Empresário português no Rio de Janeiro terá sido executado e não morto por bala perdida - polícia
Rio de Janeiro, Brasil, 21 Abr (Lusa) - O empresário português Abel Tavares Pereira, 67 anos, que foi morto sábado no Rio de Janeiro, pode ter sido vítima de uma execução, informou hoje à Lusa fonte policial.
"A hipótese de o empresário ter sido atingido por uma bala perdida é remota, mas só será descartada depois de uma avaliação feita no local a ser realizada entre hoje e terça-feira. O mais provável é que o empresário tenha sido executado", afirmou o inspector de polícia responsável pelas investigações preliminares.
O inspector, que pediu para não ser identificado, disse ainda à Lusa que o facto de os tiros terem sido ouvidos muito perto do carro que Abel Pereira conduzia reforça a tese da execução.
"O carona (Isaac Nunes da Rocha, também português, que seguia à boleia de Abel Pereira) ouviu os disparos a uma boa aproximação. O comentário inicial da perícia é de que alguém pudesse ter perseguido a vítima", explicou o polícia.
Abel Tavares Pereira seguia para sua casa, na Barra da Tijuca, pela via de acesso denominada Linha Amarela e estava acompanhado pelo amigo Isaac da Rocha, 75 anos, quando foi atingido por uma bala no braço esquerdo que lhe perfurou o tórax.
Rocha disse à imprensa brasileira que tudo aconteceu muito rápido.
O português contou ter ouvido um disparo, seguido de barulho de estilhaços de vidro do carro Nissan Sentra, que estava com as janelas fechadas, e logo depois o empresário queixou-se de não estar a sentir o braço.
"Ele foi encostando o carro devagar e caindo para o meu lado. Saltei e fui logo pedir ajuda", relatou Rocha ao jornal "O Dia".
Segundo Isaac Rocha, outros tiros foram disparados em seguida, mas não atingiram o veículo do empresário.
Os investigadores foram informados de que Abel Pereira já teria sofrido um atentado há cerca de dez meses, mas o inspector policial garantiu à Lusa que a família não comunicou oficialmente este caso à polícia.
Natural de Aveiro, Abel Tavares Pereira veio para o Rio de Janeiro em 1959 e era dono da rede de lojas Pinheiro Tintas, a maior parte delas localizada em endereços nobres da cidade, como Ipanema, Copacabana, Leblon e Barra da Tijuca.
Era casado e pai de duas filhas, ambas adultas.
Segundo o cônsul de Portugal no Rio de Janeiro, António Almeida Lima, o corpo do empresário será velado terça-feira no cemitério São João Batista, zona Sul da cidade, antes de ser trasladado para Portugal.
O diplomata português disse ainda à Lusa que o Consulado está em contacto com a família e que já disponibilizou os serviços consulares para a trasladação do corpo, ainda sem data definida.
CMC.
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