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Encerramento do vice-consulado de Frankfurt deixa "grande amargura" na comunidade

por © 2011 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Lisboa, 16 nov (Lusa) - O encerramento do vice-consulado português em Frankfurt, hoje anunciado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, deixará "uma grande amargura" na população, disse o porta-voz do conselho consultivo da comunidade, que irá estudar novas formas de luta.

António Justo falava à Lusa após o ministro Paulo Portas ter anunciado hoje no Parlamento o encerramento de sete embaixadas e quatro vice-consulados, incluindo o de Frankfurt, bem como um escritório consular.

O porta-voz da comunidade, que se encontra em Portugal, aguarda a audiência pedida ao Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, que na sua opinião "é o que tem defendido mais os interesses dos emigrantes", nomeadamente quando vetou a lei que impedia o voto por correspondência aos emigrantes.

Tendo já reunido mais de 4.000 assinaturas contra o encerramento do consulado, num abaixo-assinado a entregar a Cavaco Silva, o conselho consultivo deverá depois reunir-se para decidir qual o caminho a seguir após o anúncio de hoje.

"Quando fizemos a manifestação [de 05 de novembro], houve manifestantes que disseram que era preciso novas formas de protesto, mais espetaculares", disse o porta-voz, acrescentando que uma das propostas foi a ocupação simbólica do vice-consulado.

Para já, "fica uma grande amargura de toda a população", disse, recordando tratar-se da região com mais votantes em toda a Alemanha e uma zona estratégica economicamente.

Na opinião de António Justo, para se manter o vice-consulado bastava "deferir um dos cônsules na Alemanha para outro país e substituir os consulados por vice-consulados".

Além disso, propôs, poderia reduzir alguns vice-consulados a escritórios consulares, "o que iria ao encontro da política de poupança do Governo", mas ainda "manter os lugares estratégicos".

"Se Portugal quiser poupar um milhão de euros pode fazê-lo. Basta, em vez de ter altos funcionários, ter pessoal médio", disse.

António Justo defendeu que "venceu, não a razão, mas o poder dos cônsules e dos embaixadores, que procuram defender os seus interesses" e exemplificou: "Hamburgo, que tem apenas 8.000 portugueses, tem um cônsul, um vice-cônsul e ainda outro funcionário superior".

Para o porta-voz, o ministro dos Negócios Estrangeiros perdeu. "Deixou-se levar pela grande força que são os diplomatas, que defenderam postos de trabalho superiores para aniquilar postos de trabalho dos trabalhadores consulares".

Cerca de 500 portugueses manifestaram-se a 05 de novembro, em Frankfurt (Alemanha), contra o encerramento do vice-consulado, considerando a decisão lesiva dos interesses de Portugal e da comunidade portuguesa naquela metrópole alemã.

O encerramento do vice-consulado em Frankfurt obrigará mais de 20 mil utentes ali inscritos oficialmente a recorrer aos consulados-gerais de Estugarda, a mais de 200 quilómetros de distância.

O vice-consulado serve três Estados federados na Alemanha, Hessen, Renânia-Palatinado e Sarre, com uma área que corresponde a metade da superfície de Portugal continental.

 

 

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