Encontro cancelado e substituído por conferência
O presidente do Partido Nacional Renovador (PNR) anunciou o cancelamento do encontro de organizações europeias nacionalistas sábado, em Lisboa, mas em contrapartida convocou uma conferência de imprensa para o mesmo dia.
Em declarações à agência Lusa, José Pinto Coelho acusou os órgãos de comunicação social de terem contribuído para o cancelamento do encontro ao tratarem "o PNR e os seus congéneres europeus como um bando de criminosos perigosos".
"Isso levou a que, na segunda-feira, nos cancelassem uma sala que já estava confirmada e sinalizada, com os proprietários a alegarem terem sido alertados pela Polícia de que o encontro juntava elementos perigosos", disse.
José Pinto Coelho aludia à marcação de uma sala na Casa de Tomar, situada numa rua paralela à Avenida dos Estados Unidos da América, junto ao Cinema Quarteto.
Posteriormente, quarta-feira, o PNR tentou alugar outro espaço, mas os problemas foram idênticos, referiu.
Por fim, explicou o presidente do PNR, optaram por cancelar o encontro que juntaria partidos e organizações europeus nacionalistas e de extrema-direita devido à falta de um local para a reunião.
"Conseguimos hoje, em meu nome, uma pequena sala onde só cabem 90 pessoas e decidimos dar sábado uma conferência de imprensa, a meio da tarde", adiantou.
O PNR conseguiu cancelar a tempo a vinda a Portugal de representantes de várias organizações europeias, à excepção do partido de extrema-direita alemão NPD.
"Já se encontram em Portugal cinco ou seis elementos do NPD e deverão estar presentes na conferência de imprensa, nomeadamente o seu líder (Klaus Beier)", precisou.
A conferência de imprensa servirá, também, para José Pinto Coelho dirigir algumas palavras aos jovens simpatizantes do PNR.
"Quero dirigir umas palavras aos nossos jovens e espero que compareçam. Não vamos parar. Os donos da liberdade de expressão estão a construir o totalitarismo do pensamento", disse o líder do PNR, alegando que a "perseguição política começou com a colocação de um cartaz" contra a imigração na rotunda do Marquês de Pombal, em Lisboa.
Entretanto, Pinto Coelho confirmou à Lusa a demissão de Rita Vaz - umas das principais organizadoras do encontro - de líder da Juventude Nacionalista.
Os motivos da demissão serão explicados na conferência de imprensa.
O líder da Frente Nacional, Mário Machado, suspeito de discriminação racial, ficou hoje em prisão preventiva, depois de interrogado no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa.
Mário Machado foi o único dos 10 elementos de extrema-direita detidos quarta-feira pela Polícia Judiciária, suspeitos de discriminação racial, a ficar em prisão preventiva, aguardando julgamento na zona prisional de Lisboa junto à PJ.
Outros três elementos vão aguardar julgamento em prisão domiciliária e os restantes seis terão de cumprir a obrigatoriedade de apresentações periódicas na PSP.
A operação de quarta-feira, que resultou em cerca de 30 detenções e estendeu-se a várias zonas do país, foi liderada pela Direcção Central de Combate ao Banditismo (DCCB) da Polícia Judiciária, sendo acompanhada por um procurador do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa.