Enfarte pode ser causa de morte da grávida no Amadora-Sintra

A grávida que morreu na sexta-feira a caminho do Amadora-Sintra terá tido um enfarte. A informação apurada pela RTP vai agora ser despistada na autópsia, assim como os contornos da assistência a esta mulher de 36 anos. O Ministério Público está a investigar o caso e abriu um inquérito.

RTP /
António Antunes - RTP

O Ministério Público está a investigar a assistência a esta mulher, mas os especialistas não veem, para já, erros nos procedimentos da equipa hospitalar e apontam a crescente preocupação com o aumento de gravidezes não vigiadas.
As situações de enfarte do miocárdio em pessoas na faixa etária dos 30 "são muito difíceis de evitar, de detetar", segundo explicou à RTP o presidente da Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia.

"Hipertensão, por is só, na gravidez - isolada e sem outras alterações - não é sinal de alarme", esclareceu Diogo Ayres Campos, acrescentando que se as análises "estiverem bem" pode manter-se a gravidez na maioria dos casos.

O especialista referiu ainda que as "expectativas de que a gravidez vai correr sempre bem são expectativas que não correspondem à realidade em nenhum país do mundo". Diogo Ayres de Campos disse ainda que "as gravidezes não vigiadas preocupam" e têm aumentado, sobretudo em Lisboa e no Porto.

Além disso, têm aumentado também o número de mulheres estrangeiras que vêm apenas a Portugal para ter o parto.

A ULS Amadora-Sintra abriu um inquérito interno às circunstâncias da morte de uma grávida que esteve no hospital na quarta-feira para uma consulta, em que foi detetada uma situação de hipertensão, anunciou a instituição.

Também a IGAS instaurou um processo de inquérito para avaliar a assistência ULS Local de Saúde Amadora-Sintra e a ERS anunciou a abertura de um processo de avaliação com o mesmo objetivo, pelo que os dois organismos vão colaborar “de modo a obter todos os esclarecimentos necessários de forma complementar”.

A ULS Amadora-Sintra explicou, em comunicado, que a grávida de 38 semanas, natural da Guiné-Bissau, deu entrada no serviço de urgência, cerca das 01h50 de sexta-feira, transportada por uma equipa do INEM, em situação de paragem cardiorrespiratória.
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