Ensino Superior. Há mais 150 vagas e novos cursos

por Sandra Salvado (jornalista), Sara Piteira (grafismo) - RTP
José Manuel Ribeiro - Reuters

Acupuntura, tecnologias bioanalíticas ou relações lusófonas e língua portuguesa são algumas das novidades para este ano. Ao todo há 50.838 vagas em 1.062 licenciaturas e mestrados integrados no ensino público universitário e politécnico. A primeira fase do concurso nacional de acesso tem início esta quarta-feira e estende-se até 8 de agosto.

Os números deste ano revelam um aumento de vagas face a 2016. São mais 150 lugares, num total de 50.838, distribuídos por 1062 licenciaturas e mestrados integrados: 28.424 (55,9 por cento) no ensino universitário e 22.414 (44,1 por cento) no ensino politécnico.

No ano passado, a oferta formativa foi ligeiramente menor, isto é, 1060 cursos.

Tal como tem vindo a acontecer nos últimos cinco anos, grande parte dos lugares está distribuída pela área de Engenharia e Técnicas Afins (9.063 vagas), Ciências Empresariais (7.598), Saúde (6.737) e Artes (4.146).



Ainda assim, dentro das áreas a dominar a oferta, Artes vai oferecer menos 112 vagas do que no ano letivo anterior, sendo a área que mais vagas perde, seguida do curso na área de Engenharia e Técnicas Afins, que perde 20 vagas.
Primeira licenciatura em acupuntura
Este ano letivo há alguns cursos novos como Acupuntura (20 vagas), Tecnologias Bioanalíticas (25 vagas) ou Relações Lusófonas e Língua Portuguesa (30 vagas).

A Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal vai ter mais salas ocupadas a partir deste ano letivo, já que viu acreditada pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) o curso de licenciatura em Acupuntura, sendo a primeira instituição pública de ensino superior a disponibilizar oferta nesta área do conhecimento.

Para a diretora desta instituição, Alice Ruivo, a acreditação vai permitir "ampliar as áreas do saber, promovendo uma visão mais alargada e consistente da área da saúde", e assim reforçar a missão de "contribuir para o desenvolvimento da sociedade e para a valorização dos profissionais de saúde", pode ler-se na página da internet do Instituto Politécnico de Setúbal.

Ao contrário do que acontece com as licenciaturas do Tratado de Bolonha, que duram três anos, a formação em acupuntura terá quatro anos de duração.

Estão aptos a concorrer todos aqueles que tiverem o 12.º ano ou habilitação equivalente e provas de ingresso positivas em Física e Química ou Biologia e Geologia. Contudo, fica a faltar o plano de estudos, que está a aguardar publicação em Diário da República.
Empregabilidade e procura do mercado
Ao contrário do ano passado, este ano letivo verifica-se um aumento da oferta de vagas, na área de informática, num total de 1.028 lugares. Uma área em que a taxa de desemprego entre licenciados é considerada baixa.

A maioria das áreas disponibiliza mais vagas no concurso deste ano, mas é a área de Informática que lidera em termos de crescimento, com mais 164 vagas do que no ano anterior.

Este é um facto que vai ao encontro também do objetivo do Governo que pretende “apostar na promoção de competências digitais” e promover “a formação inicial nas áreas de Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica”.




Se olharmos para cada uma das áreas, o topo da tabela continua a ser marcado pelos mesmos cursos. Na lista dos dez que vão receber mais alunos este ano estão quatro cursos de Medicina, três de Enfermagem, dois de Direito e um de Contabilidade e Administração.
Direito com mais vagas em Lisboa
No ano passado, a licenciatura em Direito na Universidade de Lisboa apresentou uma redução inédita em relação aos últimos anos, com menos 20 vagas. Este ano a instituição de ensino superior decidiu abrir mais 100 vagas do que no ano passado, ou seja, 560.

As instituições de ensino superior, na fixação de vagas, seguiram as orientações fixadas pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, tendo em vista a regulação da oferta através da empregabilidade e da procura efetiva.

“Para além da aposta na promoção de competências digitais, foi identificada ainda pela Direção Geral de Saúde uma elevada carência específica de profissionais especialistas em física médica e de peritos qualificados em proteção radiológica, o que provoca óbvias limitações atuais e futuras ao funcionamento do Serviço Nacional de Saúde”, refere a nota da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES).



Ainda no regime geral de acesso ao ensino superior público, às vagas fixadas para o concurso nacional acrescem 656 vagas para ingresso nos cursos de dança, música e teatro em que, pela sua natureza, a candidatura é realizada através de concursos locais, organizados pelas instituições de ensino superior.
Curso de Medicina mantém vagas
No que diz respeito ao procurado curso de Medicina não há alterações no número de vagas (1.441), a que se juntam 76 nos ciclos básicos (preparatórios) das universidades da Madeira e dos Açores.

Foi o mestrado integrado de Medicina na Universidade do Porto que exigiu no ano passado a nota mínima de entrada mais alta (184 valores).

Por instituição, a Universidade de Lisboa é a que pode receber mais alunos novos (7.601). Segue-se a Universidade do Porto, com mais de 4.045 e Coimbra, com 3.189. Os números de vagas disponibilizados são idênticos aos dos últimos anos.



De acordo com os dados oficiais agora disponibilizados, há oito cursos cuja nota mínima de entrada no ano passado, na primeira fase, foi superior a 18 valores. Portanto, essa nota é a que vai servir de referência para as candidaturas deste ano letivo.

A liderar esteve o curso de Física e de Engenharia Aeroespacial, ambos da Universidade de Lisboa, em que a nota do último colocado foi de 185,3. Seguiu-se o curso de Engenharia e Gestão Industrial da Universidade do Porto com 184,8 valores e o curso de Medicina da Universidade do Porto com 184 valores.

Toda a informação sobre o concurso nacional de acesso, incluindo os cursos, respetivas vagas e condições de acesso, encontra-se disponível aqui ou no sítio na Internet da DGES.

A partir de 20 de julho será feira uma atualização diária, apresentando-se a evolução de novas candidaturas submetidas através do sítio na Internet da DGES.

Os resultados da primeira fase do concurso nacional de acesso são divulgados no dia 11 de setembro no sítio na Internet da DGES. Depois seguem-se uma segunda e terceira fases de candidaturas.
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