Escolas começam a testar provas em formato digital a par de greves

por Carlos Santos Neves - RTP
As provas em ambiente real realizam-se em maio e junho Nuno Patrício - RTP

As escolas dão esta segunda-feira início aos testes das provas digitais para alunos dos quarto, sexto e nono anos, fase que vai decorrer até ao final deste mês. O objetivo é promover o contacto com a respetiva plataforma eletrónica, medir as capacidades tecnológicas dos estabelecimentos de ensino e identificar eventuais problemas. Fenprof e S.TO.P convocaram greves para este período de ensaio.

As provas em formato de ensaio decorrem até dia 28 de fevereiro, em data e horário a estabelecer pelas escolas. Nesta semana inicial, os alunos são testados a Português.

As provas finais do terceiro ciclo e as provas Monitorização da Aprendizagem (ModA) realizam-se de maio a junho, depois de, no ano passado, a tutela ter suspendido as provas digitais no nono ano, argumentando com a falta de preparação de escolas e alunos.Elaboradas pelo Instituto de Avaliação Educativa, as provas-ensaio são obrigatórias e têm a duração de 45 minutos.


No primeiro período, os estabelecimentos de ensino deram conta de necessidades de reparação ou aquisição de 45.024 computadores. O secretário de Estado e adjunto da Educação, Alexandre Homem Cristo, afiança que haverá resposta para estes problemas.

“Com esta preparação das provas-ensaio, com o acompanhamento das escolas, com as garantias tecnológicas que estamos a dar às escolas e, claro, com o apoio que os serviços do Ministério da Educação têm dado”, afirmou o governante em declarações à agência Lusa, a tutela está convicta de que “todas as condições estão reunidas”.
Homem Cristo afirmou ainda esperar que o processo seja tranquilo.
Estas provas-ensaio começam a par de duas greves – convocadas pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.TO.P.). Em causa estão precisamente as tarefas relativas aos testes, desde o secretariado à vigilância, ou à própria classificação.A paralisação abrange todos os docentes convocados para tarefas relacionadas com a avaliação. As estruturas sindicais condenam a imposição de provas adicionais.

Filinto Lima, dirigente da Associação Nacional de Diretores Escolares, avisou na RTP que os pré-avisos de greve podem pôr em causa a realização das provas.
Confrontado com a posição dos sindicatos, o secretário de Estado adjunto e da Educação sustenta que o Governo está a seguir a prática de anos anteriores, embora admita que a classificação das provas oficiais ocorrerá de modo diferente.

Após as provas de Português, os alunos do quarto ano vão demonstrar conhecimentos de Inglês e os do sexto de História e Geografia. Na derradeira semana do mês, haverá provas-ensaio de Matemática.

c/ Lusa
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