Espanha defende Durão Barroso sobre OPA da Gás Natural à Endesa
O primeiro-ministro de Espanha, José Luís Zapatero, defendeu hoje a actuação do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, no processo que levou à Oferta Pública de Aquisição (OPA) da Gás Natural espanhola sobre a compatriota Endesa.
Em conferência de imprensa, no final da XXI Cimeira Luso Espanhola, José Luís Zapatero confirmou que abordou com Durão Barroso o tema da OPA da Gás Natural à Endesa no passado dia 06, na véspera de ser conhecida a decisão de Bruxelas de não emitir qualquer parecer sobre esta operação financeira.
No entanto, o chefe do Governo espanhol manifestou "absoluta surpresa" com o teor das notícias sobre a sua conversa com o presidente da Comissão Europeia, com quem disse ter "contactos habituais".
Nessa conversa, Zapatero afirmou ter abordado com o presidente da Comissão Europeia as questões das "perspectivas financeiras da União Europeia (2007/2013), combate à imigração clandestina, projectos de desenvolvimento científico, mas também a OPA" (Gás Natural/Endesa).
"Tal como defende Espanha, a Comissão Europeia entendeu que a OPA é uma competência do Estado espanhol. Estou surpreendido que os que invocam os poderes de Espanha sejam também aqueles que não querem que o nosso país tenha competências em relação a uma operação que envolve duas empresas energéticas nacionais", disse, num recado dirigido ao Partido Popular (PP) do país vizinho.
"Penso que o PP deve ter respeito pelo trabalho de Durão Barroso como presidente da Comissão Europeia, assim como o Governo de Espanha tem esse respeito", reagiu, antes de se insurgir contra "a insinuação inaceitável" de que Espanha trocou a posição favorável de Bruxelas à OPA "por qualquer coisa ao nível das nossas negociações em torno das perspectivas financeiras".
"É inaceitável e uma basófia filosófica, assim como inadmissível, dizer-se que Espanha recebeu de Bruxelas uma posição favorável na OPA a troco das perspectivas financeiras", frisou o primeiro-ministro espanhol.
PMF