Estudante português morre em Espanha na viagem de finalistas

por RTP
Uma funcionária escolar observa a faixa negra colocada no edifício principal da Secundária de Castro Verde, onde estudava o aluno que morreu em Lloret del Mar Nuno Veiga, Lusa

Um estudante português de 17 anos morreu ao final da tarde de domingo quando caiu da varanda do quinto andar de um hotel de Lloret del Mar. A polícia descarta a possibilidade de se tratar de mais um episódio negro do balconing, atividade em que os jovens saltam das varandas para as piscinas dos hotéis. Há dois anos, um episódio semelhante vitimou um jovem português também de 17 anos, mas este é um cenário agora afastado, já que o quarto estava virado para a rua.

Todos os anos, por alturas da Páscoa, são milhares os estudantes portugueses que se deslocam a Lloret del Mar, em Espanha, para assinalar o fim do liceu. O mesmo sucedia com este jovem de 17 anos, um finalista do 12.º ano que vivia em Castro Verde.

Entretanto, está descartada a hipótese de se tratar de mais um caso de balconing, atividade em que os jovens saltam das varandas para as piscinas, já que o apartamento dava para a rua.

"Não foi nada disso. Ouvi vários dos seus colegas e as informações que aqui estavam a ser dadas às autoridades. Foi outra situação. Aliás, o quarto dá para uma rua estreita, não para qualquer piscina", garantia ao final da noite de ontem um funcionário do hotel contactado pela Agência Lusa.

De acordo com este funcionário, a morte do jovem aconteceu "entre as 19h30 e as 20h00 [menos uma hora em Portugal Continental]". Acrescentou que os colegas estavam "muito transtornados" e teriam já sido transferidos para outra unidade hoteleira do mesmo grupo, tendo viagem de regresso marcada para esta segunda-feira.

"Eles estavam em estado de choque. Como estavam também muitos dos outros jovens que aqui estão hospedados", afirmou o funcionário do hotel, lamentando a ocorrência deste tipo de acidentes, que "é mau para os jovens mas também para Lloret del Mar".
Escola fora da organização da viagem
O jovem estudante estava acompanhado de 20 colegas numa viagem organizada apenas pelos alunos e sem qualquer professor. O diretor da Escola Secundária de Castro Verde deu já a indicação de que o estabelecimento de ensino nada teve a ver com a O jovem estudante partiu para Espanha na sexta-feira ao final do dia para uma viagem de finalistas com cerca de 20 colegas da mesma escola.iniciativa.

Ainda assim, garantia ontem Augusto Candeias, a escola está "a fazer tudo o que está ao nosso alcance para garantir que os alunos têm o máximo apoio possível", procurando também contactar os encarregados de educação dos alunos que estão em Lloret.
"Não se sabe se terá sido acidental ou suicídio"
Ao local deslocaram-se os Mossos d'Esquadra, a polícia autonómica da Catalunha, e responsáveis de Medicina Legal de Lloret. Vários dos colegas do jovem foram ouvidos pelas autoridades, uns no hotel, outros numa esquadra.

Entretanto, a polícia mantinha em aberto a possibilidade de se tratar de queda acidental ou de suicídio. De acordo com fonte dos Mossos d'Esquadra, os investigadores "descartam a hipótese de uma morte violenta, de origem criminosa", ou de um episódio de balconing. "A investigação continua aberta e a decorrer, mas descarta-se a morte violenta ou criminal ou que tenha sido um caso de balconing"

Mossos d'Esquadra


A autópsia ao corpo deverá realizar-se nas próximas 24 horas, explica a mesma fonte, para acrescentar que "é um processo que será determinado agora pelo juiz de instrução do caso e pelo médico forense".

Nessa altura, o corpo poderá ser reclamado pela família e repatriado para Portugal.

O acidente ocorre precisamente dois anos depois de um outro jovem português de 17 anos ter morrido numa viagem de finalistas, também devido à queda de uma varanda num hotel em Lloret. Na altura, como agora, a Polícia de Girona apontava para uma "queda acidental" da varanda do quarto andar de um empreendimento hoteleiro.
GNR fiscalizou autocarros à saída para Espanha
No final da semana passada, a RTP dava conta das operações que estavam a ser realizadas pela Guarda à saída dos autocarros para as viagens de finalistas em Espanha.

A GNR procurou verificar a presença de estupefacientes, deixando ainda uma nota de sensibilização aos estudantes para os cuidados a ter nestas deslocações, de forma a evitar a ocorrência de tragédias, nas palavras dos militares da Guarda.

“A partir de agora vão estar por sua conta e risco e todos nós nos lembramos de acontecimentos que redundaram em tragédias em anos anteriores. É essa a mensagem que pretendemos passar”, explicava há um par de dias o tenente-coronel Cunha Rasteiro, do Comando Territorial da Guarda.

Entre sexta-feira e sábado, a GNR acabaria por deter sete pessoas durante aquela que designou de “Operação Ibiza”, e que manteve nas principais fronteiras portuguesas até sábado. A quase totalidade das detenções ficou a dever-se a posse de droga – foi apreendida cocaína e haxixe - e condução com álcool.
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