Estudo das SCUT "é rigoroso"

por Agência LUSA

O secretário de Estado das Obras Públicas afirmou que o estudo técnico que determinou a introdução de portagens em três auto-estradas sem custos para o utilizador (SCUT) é "rigoroso e foi validado por uma consultora internacional reputada".

Paulo Campos falava aos jornalistas na sessão de apresentação do Plano Estratégico do Sector Ferroviário e na sequência da notícia hoje publicada pelo semanário Sol que afirma que o estudo foi encomendado a uma empresa de que foi fundador e sócio Vasco Gueifão, actualmente adjunto do secretário de Estado.

O governante considerou a notícia como uma "mistificação" e um "ataque político", com o "objectivo de descredibilizar o estudo" que determinou a introduçã o de portagens.

Paulo Campos confirmou que Vasco Gueifão, fundador e sócio da empresa F9 Consulting, trabalha actualmente na secretaria de Estado e sublinhou que "por ter um passado profissional de competência é que foi contratado".

No entanto, "assim que entrou, vendeu as acções na consultora", garantiu o secretário de Estado.

Para Paulo Campos, o processo de ajuste directo dos estudos à consultora é "completamente transparente" e foi conduzido pela Estradas de Portugal (EP) e não pela secretaria de Estado.

O responsável reiterou ainda que o valor dos estudos não obriga à contratu alização por concurso público.

O semanário Sol noticia hoje que dois estudos técnicos da secretaria de Estado foram atribuídos à empresa F9 Consulting, por ajuste directo - sem concurso público - e que custaram 275 mil euros.

Segundo o jornal, a empresa foi fundada em 2001 por quatro sócios e Vasco Gueifão, entretanto, nomeado adjunto de Paulo Campos.

"O despacho de nomeação n12.129/2005, assinado pelo secretário de Estado, refere a sua situação de requisitado (mantendo vínculo à empresa F9 Consulting" , indica o jornal, acrescentando que "o Ministério das Obras Públicas garante que se trata de um lapso".

Segundo o Sol, a F9 Consulting também elaborou outro relatório central da secretaria de Estado das Obras Públicas, sobre o novo modelo de financiamento do sector rodoviário. Este estudo, adjudicado por ajuste directo, custou cerca de 155 mil euros e providenciará a argumentação técnica necessária para as rendas d as SCUT passarem a ser pagas pela empresa Estradas de Portugal e não pelo Orçamento de Estado.
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