Estudo em 25 países analisa terapia hormonal diária preventiva do cancro da mama
Um novo estudo lançado esta semana em Londres vai investigar o potencial de uma terapia hormonal diária na prevenção de cancro da mama em mulheres com risco acrescido de desenvolver a doença.
O segundo Estudo de Intervenção no Cancro da Mama a Nível Internacional (IBIS II) vai decorrer durante quatro a seis anos em 25 países, incluindo Portugal, debruçando-se sobre mulheres entre os 40 e 70 anos que já tenham passado pela menopausa, tenham história de cancro da mama na família ou já tenham sido submetidas a intervenções.
O IBIS II, organizado pelo Cancer Research UK, vai investigar o medicamento anastrozol, que já é usado no tratamento hormonal do cancro da mama em mulheres que já passaram a menopausa, bloqueando a produção de estrogénio, uma hormona que os tumores usam para crescer.
Numa primeira fase, serão analisadas seis mil mulheres no período pós-menopausa, a quem será administrado o anastrozol como potencial prevenção para o cancro da mama.
Na segunda fase, quatro mil mulheres que já tenham tido um tumor operado utilizarão o fármaco, comparando os resultados com outro medicamento que já é utilizado há 30 anos (tamoxifeno).
O estudo pretende oferecer uma alternativa de tratamento à mastectomia (extracção da mama), quando um terço das mulheres inquiridas num estudo também publicado esta semana em Londres revela estar disposta a remover ambos os seios para evitar o desenvolvimento de cancro da mama.
Segundo o Cancer Research UK, o cancro da mama é diagnosticado todos os anos a 1,2 milhões de mulheres, 400 mil das quais morrem em consequência da doença.
A doença é a quinta causa de morte por cancro no mundo e ocorre mais frequentemente em países desenvolvidos.
De acordo com as estatísticas, em Portugal registam-se anualmente mais de quatro mil novos casos de cancro da mama, uma doença que é curável em 90 por cento das situações quando detectada em estádios precoces.