Etiópia aposta no reforço das relações bilaterais com Portugal

O Presidente etíope, Girma Woldegirogis, reiterou, na segunda-feira, em Adis Abeba, a necessidade da Etiópia e Portugal reforçarem a cooperação, em áreas de interesse comum, para cimentarem os longos laços históricos entre os dois países.

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Falando após uma reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luis Amado, o Chefe de Estado etíope disse que os dois "países irmãos" necessitam de trabalhar em conjunto para reforçar a cooperação nos sectores político, social e económico.

Girma disse que o facto de Portugal ocupar actualmente a presidência da União europeia contribuirá para reforçar ainda mais a cooperação bilateral.

Luís Amado reafirmou ao presidente etíope a intenção do governo português reforçar os laços de cooperação bilaterais e da União europeia com a Etiópia.

Nos encontros do ministro português com as autoridades etíopes não foram divulgadas informações sobre a questão da participação do Presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, na cimeira UE/África, a cuja presença o Reino Unido se opõe.

O chefe da diplomacia portuguesa disse ao Chefe de Estado etíope que a abertura da embaixada portuguesa em Adis Abeba, há cinco anos, foi o primeiro sinal da intenção de Lisboa em reforçar as relações bilaterais.

Durante a sua visita de dois dias à Etiópia, destinada a ultimar os preparativos da Cimeira UE/África, Luís Amado manteve conversações com o Primeiro-Ministro, Meles Zenawi, com o seu homólogo, Seyoum Mesfin, e com o Presidente da Comissão da União Africana, Alpha Omar Konare.

O ministro dos Negócios Estrangeiros etíope disse a Luís Amado que o seu país considera que Portugal é um "genuíno parceiro de desenvolvimento".

Amado prometeu ao seu homólogo reforçar no próximo ano o nível da embaixada de Portugal, em Addis Abeba, para consolidar as relações entre Lisboa e Adis Abeba.

Seyoum Mesfin recordou, após a sua reunião com Luís Amado, que Portugal é dos países do mundo que mantém relações diplomáticas mais antigas com a Etiópia, citando a colaboração portuguesa na construção do Palácio do Imperador Fasil.

Amado revelou que debateu com o Primeiro-Ministro, Meles Zenawi, a forma de reforçar os actuais laços entre a União europeia e o continente africano.

"O governo português está a envidar todos os esforços para reforçar as actuais relações entre a UE e África", disse.

Portugal vai organizar em Lisboa, a 08 e 09 de Dezembro, a segunda cimeira de Chefes de Estado e de governo entre a União Europeia e África. A primeira cimeira, de iniciativa portuguesa, realizou-se no Cairo em 2000.

A Presidência portuguesa da UE quer incluir na agenda da cimeira de 2007 o debate de questões energéticas, alterações climáticas, mobilidade e emprego, governação democrática, agricultura e segurança alimentar.

O único ponto de interrogação sobre a realização da cimeira tem a ver com a oposição britânica à participação do Presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, acusado de violação dos direitos humanos no seu país.

A União Africana insiste que todos os seus estados membros devem tomar parte na cimeira.

O Conselho executivo da União Africana sublinhou, recentemente, que "todos os países europeus e os órgãos da União Africana seriam convidados sem pré-condições para participar na cimeira".

Nos primeiros dias da presidência Portuguesa da UE, a 02 de Julho, uma fonte oficial portuguesa disse ao jornal "The Guardian" que a intenção de Portugal era convidar todos os Estados africanos. "Esta será uma cimeira para todos os países africanos ao mais alto nível, Chefes de Estado e de governo. Todos os países africanos serão convidados".

A imprensa britânica tem-se mobilizado para convencer o governo de Londres a não participar se Robert Mugabe estiver presente na cimeira. Numa entrevista recente ao Sunday Times, o Primeiro-Ministro, Gordon Brown, afirmou explicitamente que não participaria na cimeira se Mugabe fosse convidado.

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