Falta de médicos. Urgência pediátrica do Hospital de Setúbal encerra por uma semana

por RTP
DR

A Urgência Pediátrica do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, encerrou na manhã desta terça-feira, devido à falta de médicos, e só deverá reabrir às 9h00 de segunda-feira da próxima semana, dia 12.

A RTP apurou que não estarão a ser apresentadas alternativas de outros hospitais do SNS na região de Setúbal nem Lisboa e Vale do Tejo. Por isso, alguns pais estão a dirigir-se a hospitais privados.

Contudo, as ambulâncias deverão ser encaminhadas para outras unidades, nomeadamente para o Garcia de Orta e para o Hospital do Barreiro.

O vereador Pedro Pina considerou, à RTP, que a situação é “uma enorme preocupação”. Nesse sentido, o responsável da câmara de Setúbal garantiu que a autarquia está “empenhada e na linha da frente para procurar, junto das entidades competentes, soluções que ultrapassem esta situação”.

“É muito preocupante que as nossas crianças fiquem sem esta resposta e, acima de tudo, quando sabemos que as respostas complementares, nomeadamente de outros centros hospitalares, também sofrem de enormes constrangimentos”.

O vereador disse ainda que “esta situação se tem vindo a arrastar” e que os constrangimentos nas urgências hospitalares “têm sido permanentes”. Além disso, desta vez trata-se de “um largo período de tempo”, num momento em que há maior procura aos serviços de urgência.

“Já pedimos uma reunião à administração [do hospital], que estará agendada para a próxima sexta-feira, e estaremos empenhados para que esta situação não volte a acontecer”, disse, adiantando que se trata de “um problema estrutural”.

A urgência pediátrica do hospital de São Bernardo, em Setúbal, fechou à 9h00 por falta de recursos humanos para poder manter este serviço em funcionamento.

O vereador com o pelouro da Saúde na Câmara Municipal, Pedro Pina, já tinha dito anteriormente que queria perceber qual a real dimensão da falta de médicos no hospital. A autarquia vai reunir-se com a administração hospitalar na sexta-feira e fez saber que quer respostas, desde logo por parte da tutela.

O vereador sublinha que a falta de médicos é um problema que tem vindo a arrastar-se, mas não só. A autarquia continua também à espera das obras prometidas pelo Governo para o hospital.

Segundo fontes contactadas pela agência Lusa, o Centro de Atendimento de Doentes Urgentes (CODU) alertou as companhias de bombeiros para comunicarem os dados clínicos dos doentes que deveriam ser atendidos naquele serviço, tendo em vista referenciá-los para outras unidades hospitalares, durante o mesmo período, de 6 a 12 de dezembro.

Durante o último domingo, o Serviço de Urgência Geral do Hospital de São Bernardo também esteve sujeito a constrangimentos, tendo o CODU procedido ao encaminhamento de doentes da área de influência do Hospital de São Bernardo - Setúbal, Palmela e Sesimbra e Litoral Alentejano - para outras unidades hospitalares.

Nos últimos dias, o Serviço de Urgência de Ginecologia/Obstetrícia do Hospital de São Bernardo também registou dificuldades no atendimento de doentes, mas no último domingo aquele serviço já estava a funcionar normalmente.
Garcia de Orta pede reencaminhamento de doentes
Na tarde de segunda-feira, o Hospital Garcia de Orta voltou a solicitar que os doentes não urgentes, fora de influência, fossem para outras unidades hospitalares.

Foi o segundo dia em que o ospital de Almada recorreu a esta medida para controlar constrangimentos nas urgências.
Loures com tempos de espera superiores aos recomentados
O Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, apresenta tempos de espera nas urgências muito superiores ao recomendado. Segundo o site do SNS, um doente com pulseira verde tem de esperar quase 15 horas para ser atendido.

No caso de doentes a que é atribuída pulseira amarela, o tempo de espera está nas 13 horas.

No fim de semana as urgências dos hospitais da Grande Lisboa tiveram picos de afluência, com destaque para o de Santa Maria. Uma situação que tende normalizar.c/ Lusa
pub