Depois do ministro das Finanças ter alertado segunda-feira, num programa da RTP, para a possibilidade de dentro de dez anos o pagamento das reformas estar comprometido, a APFN lembra, em comunicado enviado para a Agência Lusa, que essa situação é motivada pela "desastrosa política familiar que o país tem vindo a ter nos últimos trinta anos" que, defende, "põe totalmente em causa os alicerces do `Estado Social`".

"É necessário que o Governo passe a falar verdade aos portugueses e adopte fortes medidas de apoio aos casais com filhos, idênticas às já adoptadas com sucesso na esmagadora maioria dos países europeus", pode ler-se no comunicado.

A Associação lembra ainda que a taxa de natalidade tem vindo a crescer, em média, na Europa, "enquanto em Portugal continua a diminuir".

Como solução, a APFN lança um apelo ao ministro Teixeira dos Santos e ao Governo para que adoptem "imediatamente" medidas que possam inverter a linha de natalidade, como a indexação das pensões de reforma aos número de filhos, o fim do carácter "anti-familia" e "anti- natalidade" do sistema fiscal e o aumento das pensões familiares com o mesmo critério das propinas das universidades.

Por enquanto, sublinha a associação, "as famílias continuam a saber que, se quiserem ter filhos, ou deverão divorciar-se - para poder deduzir 7.500 euros por filho - ou, então, emigrar".