Federação nacional de apicultores demarca-se de caso da geleia real

A Federação Nacional dos Apicultores de Portugal demarcou-se quarta-feira do caso do antibiótico perigoso para a saúde detectado na geleia real da marca Celeiro, exigindo que o produtor prove que esta foi produzida no país.

Agência LUSA /

"Não acredito que a geleia real tenha sido produzida em Portugal", disse à Lusa Manuel Gonçalves, o presidente da federação, constituída por 18 associações, representativas do 97 por cento dos apicultores nacionais.

"Ele que prove que a produziu", acrescentou, referindo-se ao apicultor da Serra da Arrábida, que um responsável pelas lojas Celeiro diz ter sido o fornecedor da geleia real que a Associação de Defesa do Consumidor - DECO afirma conter um antibiótico perigoso para a saúde.

O presidente da federação de apicultores garantiu que "a geleia real não é produzida em Portugal por não ter viabilidade económica".

"Produzir um quilo desta geleia pode custa cerca de 50 contos (250 euros)", afirmou, acrescentando que a pouca que se produz é para usar na própria na produção de mel, destinada às abelhas-rainhas.

Manuel Gonçalves garantiu ainda que o antibiótico perigoso para a saúde detectado pela DECO "não é utilizado na produção porque é proibido em Portugal e em toda a Europa".

"A confirmar-se a presença desta substância, a geleia real não foi produzida em Portugal", acrescentou.

Para o presidente da federação nacional de apicultores "este caso revela também uma falha do controlo das autoridades oficiais, que contribuiu para que a imagem dos produtores saia denegrida".

Segundo disse, desde Dezembro de 2004 que é obrigatório, por imposição comunitária, fazer o auto-controlo da produção, "que implica ter registo de todo o processo".

"Desde o local, ao número da colmeia, quantidade de mel produzido, tratamento, o pólen utilizado e a quem foi vendido", explicou.

Para a federação de apicultores, "só uma falha neste circuito pode justificar o aparecimento no mercado de produtos fora das regras".

O presidente desta organização considera que para saber a proveniência da geleia alvo da polémica basta consultar o referido esquema de auto-controlo.

"Se a geleia é dele e contém substâncias proibidas, ele que assuma sozinho e que pague por isso", declarou, demarcando-se das práticas que podem estar em causa.

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