Figueira da Foz estreia autocarro "a pedido" no sul do concelho em julho

por Lusa

A Câmara da Figueira da Foz apresentou hoje um serviço de transporte público "a pedido" do cliente, baseado num autocarro de 20 lugares que vai cumprir percursos no sul do concelho numa experiência piloto durante seis meses.

O projeto, denominado FigBus, inclui três percursos diferentes durante a semana - um deles à quarta-feira e os restantes à segunda e quinta-feira e terça e sexta-feira - com paragens sinalizadas e fazendo a ligação entre diversos lugares das freguesias de Lavos, Paião, Alqueidão e Marinha das Ondas, dois centros de saúde do sul do concelho e o hospital distrital da Figueira da Foz, na freguesia de São Pedro, também na margem esquerda do rio Mondego.

"O autocarro só anda se tiver a certeza de que irá buscar o utente", ilustrou o presidente da autarquia, João Ataíde, na apresentação do serviço.

Para solicitarem o FigBus, os eventuais interessados têm de reservar previamente a viagem através de uma linha telefónica, que funciona entre as 09:00 e as 13:00, sendo que se a reserva for feita no próprio dia terá de ser feita "com uma antecedência mínima de duas horas".

"Na hora agendada, o transporte solicitado desloca-se à paragem predeterminada", lê-se na informação hoje divulgada.

De acordo com o autarca, o projeto-piloto inicia-se a 02 de julho e irá decorrer até final do ano, período durante o qual será avaliado e monitorizado e "poderá ser melhorado", argumentou.

O serviço efetuado por um autocarro de 20 lugares e capacidade para transportar duas cadeiras de rodas terá um custo de 2,5 euros por viagem - 3,5 euros se a deslocação incluir o hospital distrital ou a ligação à rede interurbana municipal - e é assegurado pela empresa Rodoviária do Lis, parceira da autarquia no projeto.

Um conjunto de 10 viagens pré-compradas ficam por 20 euros - 30 com a ligação interurbana incluída - mas utentes com dificuldades económicas poderão beneficiar de redução de custos, mediante uma análise prévia pelos serviços camarários.

"Permite servir cinco freguesias com um autocarro", disse à Lusa Carlos Monteiro, vice-presidente da Câmara Municipal, explicando que os serviços de ação social da autarquia, que tutela, fizeram um "trabalho prévio" com as unidades de saúde "para perceber como é que elas se organizam com os seus doentes", por exemplo, quais os dias de marcação de consultas, tendo os horários do transporte a pedido e percursos sido definidos a partir da informação recolhida.

"Agora isto vai ser apresentado em todas as freguesias, vai ser divulgado e vamos ver como funciona. Muitas vezes as pessoas queixam-se da falta de transportes públicos, mas a seguir não o usam", argumentou o autarca.

A Rodoviária do Lis aloca ao projeto-piloto um autocarro e respetivo motorista, sendo que a iniciativa representa um investimento municipal de cerca de 14 mil euros.

"Já temos soluções parecidas noutros locais, mas não concretamente como esta está desenhada. Aqui, pegámos no conhecimento e experiência que temos e adaptámos a uma realidade concreta identificada pelo município da Figueira da Foz", frisou, por seu turno, Laurentino Silva, administrador da Rodoviária do Lis.

Admitiu que o projeto "poderá sofrer alterações e ser adaptado" consoante as necessidades, passado o período de experiência de seis meses e garantiu que o autocarro irá transportar "só uma pessoa, ou duas ou três ou mais", até ao limite da capacidade em cada viagem.

"Nós acreditamos que é uma operação que vai ter sucesso. Se for preciso ser ampliada, será ampliada [com mais horários ou veículos ou a possibilidade de vir a alargar o funcionamento da linha de atendimento para reservas], sempre em colaboração com o município. No entanto, este transporte está mais focalizado para pessoas de mais idade, que necessitam de ir a consultas médicas, postos médicos e hospitais, mas que não é uma atividade diária essa necessidade. Daí, neste momento, só estarem desenhados estes circuitos", sustentou Laurentino Silva.

Tópicos
pub