Figueiró dos Vinhos, Leiria, 29 jun (Lusa) - A Assembleia Municipal de Figueiró dos Vinhos aprovou uma moção na segunda-feira, por unanimidade, que defende "um pacto de regime com medidas que consolidem uma nova visão estratégica para a floresta portuguesa".
A moção, aprovada pelas três bancadas (PS, PSD e CDS), reivindica ao Governo e à Assembleia da República medidas para a floresta, bem como respeito pelo "mundo rural", de forma que o país não continue "a manter uma visão do interior desajustada, desequilibrada e, sobretudo, injusta e arcaica, como se só nas grandes cidades do litoral existisse vida a respeitar".
Os deputados municipais exigiram "consideração e atenção dos poderes públicos", não apenas nos momentos "mediáticos de catástrofes".
A Assembleia Municipal de Figueiró dos Vinhos, um dos concelhos afetados pelo incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, exigiu que as leis "respeitem a vida das pessoas, a sua segurança, o seu bem-estar", o meio ambiente, as florestas do concelho e o reavivar da "Sintra do Norte".
"É tempo de se valorizar o interior, em comunhão de esforços com os autarcas e com todas as forças vivas que por aqui se vão aguentando e investindo", lê-se na moção da Assembleia Municipal, presidida pelo também líder da UGT, Carlos Silva, a que a agência Lusa teve acesso através de uma nota de imprensa do PSD de Figueiró dos Vinhos.
Nessa nota de imprensa, o PSD local critica as declarações de Carlos Silva, que, na terça-feira, disse que a assembleia tinha aprovado uma moção de "rejeição em relação a determinados aproveitamentos políticos".
Essa afirmação "não corresponde à verdade", nota o partido social-democrata, apelando no mesmo comunicado à "máxima responsabilidade e serenidade".
Na moção, apenas é possível ler que importa respeitar "o silêncio que se impõe pelos mortos", que devem ser honrados, bem como apoiar e colaborar com as "famílias enlutadas".
"Carlos Silva vai muito mais além do que foi escrito na moção", disse à agência Lusa o presidente da concelhia do PSD, Filipe Silva, referindo, no entanto, que qualquer "aproveitamento político é condenável, seja de um lado ou do outro".