Foca bebé encontrada em Peniche vai ser devolvida ao oceano
Uma foca bebé encontrada ferida em Dezembro ao largo de Peniche vai ser devolvida ao meio selvagem, depois de ter estado cerca de seis meses em recuperação no Porto de Abrigo do Zoomarine, em Albufeira.
Segundo o director de Ciência e Educação do parque, Élio Vicente, a "Bianca", que após alguns exames veio a verificar-se ter engolido pelo menos um fio de anzol, terá sido arrastada pelas correntes marítimas até à costa portuguesa, onde não existe aquela espécie.
De acordo com Élio Vicente, o anzol que se encontrava alojado no estômago da foca poderia ter-lhe provocado uma infecção grave, levando-a à morte num curto espaço de tempo, mas o problema foi resolvido em poucas semanas.
"Começámos a dar-lhe pequenas quantidades de algodão juntamente com o peixe, na esperança de que envolvesse o fio de anzol e assim fosse possível formar uma bola para o organismo expulsar", disse à Lusa.
Após o processo de recuperação, a "Bianca" - que entrou para o Porto de Abrigo com 17 quilos e pesa agora cerca de 70 -, está neste momento numa piscina especial, fora do contacto com os humanos, para se habituar ao meio selvagem.
Como não pode ser reintroduzida na costa portuguesa, devido à elevada temperatura das águas, vai ser levada de avião, na próxima semana, para Londres, sendo o seu destino final o Centro Nacional de Focas, na Cornualha.
Segundo Élio Vicente, depois de estar algumas semanas a habituar-se à temperatura local naquele centro, a "Bianca" será devolvida ao oceano a meio do Verão.
Lembrando os milhares de animais marinhos que morrem diariamente no mundo devido aos detritos deixados pelo ser humano nas praias, Élio Vicente aproveitou ainda para deixar um apelo.
"As pessoas já dariam uma grande ajuda se não deixassem lixo nas praias, porque por mais inócuo que possa parecer mata muitos animais", afirmou.
Segundo o biólogo uma beata de cigarro é o suficiente para matar, por exemplo, a cria de uma ave, já para não falar das tampas das garrafas e dos sacos de plástico, que matam outros tantos animais, nomeadamente tartarugas.
Em caso de avistar um animal ferido ou em risco, Élio Vicente aconselha a população a contactar a Rede Nacional de Abrigos para o número 968 849 101, disponível durante 24 horas por dia, todo o ano.