Fogos provocaram 48 feridos desde quarta-feira

Os principais incêndios que deflagraram em Portugal continental desde quarta-feira provocaram até esta segunda-feira um total de 48 feridos, dos quais 45 são leves e três são graves, informou a adjunta de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

RTP /
Paulo Cunha - Lusa

"Relativamente aos feridos graves, temos dois bombeiros e uma senhora civil", afirmou a adjunta de operações da ANPC Patrícia Gaspar, durante o segundo briefing do dia.

Já em termos de feridos leves, há registo de 28 bombeiros e 17 civis feridos, todos no âmbito dos principais fogos que deflagraram um pouco por todo o país desde quarta-feira até esta segunda-feira.
Ponto da situação às 19h00
O incêndio em Vila de Rei tem uma frente ativa e é considerado como “um incêndio com alguma intensidade e com velocidades de propagação muito elevadas”, afirmou Patrícia Gaspar, a adjunta nacional de operações da ANPC, no briefing.

Há a possibilidade de “evacuar várias localidades que se encontram na área” das chamas.

Na zona de Vila Real, as localidades de Quinta das Laranjeiras, Vilar do Chão, Lousa, Ribeiros, Vale de Casas, Água Formosa, Borda Ribeiras, Pereiro e Casal Novo.

No combate às chamas em Vila de Rei “estão 508 operacionais, apoiados por 144 meios terrestres e 10 meios aéreos”.

Também no Fundão, há a possibilidade de evacuar as aldeias de Castelo Novo, Souto da Casa e Alpedrinha.
Povoações ameaçadas em Mação
Em Mação, no distrito de Santarém, há sete pequenas povoações que merecem preocupação por parte das autoridades.


A repórter da RTP, Carla Diogo, faz o ponto da situação dos incêndios que lavram no distrito de Santarém, onde o vento forte está a dificultar o combate às chamas.
A23 cortada na zona do Fundão
A Autoestrada da Beira Interior (A23) foi cortada hoje às 19h05, entre o Fundão e Lardosa, devido ao incêndio que lavra naquela zona e que já está a entrar na aldeia histórica de Castelo Novo.

"O fogo rodeou a aldeia e já temos zonas da aldeia a arder", disse à agência Lusa, às 19h40, o presidente da Câmara Municipal, Paulo Fernandes.

Segundo o autarca, as pessoas estão a ser retiradas das casas e a ser concentradas no centro da aldeia, já que "não estão reunidas as condições de segurança" para as retirar desta aldeia histórica.
Fundão apela a reforço de meios por "fogo descontrolado"
O presidente da Câmara do Fundão apelou hoje à tarde às autoridades nacionais para procederem ao reforço de meios de combate num fogo que lavra na Serra da Gardunha há quase dois dias e que está "completamente descontrolado".

"O fogo está completamente descontrolado e faço aqui um apelo às autoridades nacionais, para além de todos aqueles que já fiz ao longo do dia, para procederem a um reforço de meios, porque neste momento o incêndio está a aproximar-se da aldeia histórica de Castelo Novo e podemos ter aqui situações complicadíssimas", disse Paulo Fernandes, em declarações à agência Lusa.

Este fogo começou na localidade de Louriçal do Campo, concelho de Castelo Branco, às 01h27 de domingo, e, entretanto, progrediu para o concelho do Fundão, onde entrou cerca das 17h00 do mesmo dia, tendo-se mantido "fortemente ativo" durante toda a noite e dia de hoje, tendo já passado por várias freguesias da encosta da Serra da Gardunha.

Às 18h40, o combate às chamas estava a ser feito por 214 operacionais, auxiliados por quatro meios aéreos, segundo a informação disponibilizada na página da internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

Meios que o presidente da autarquia fundanense considera "manifestamente insuficientes para as necessidades": "Neste preciso momento [cerca das 18h30] não temos um único carro de combate ao pé de nós, aqui na aldeia histórica de Castelo Novo e o fogo está a aproximar-se", referiu.

Paulo Fernandes garantiu que "a situação é gravíssima" e que, "não obstante o esforço e dedicação dos bombeiros", se verifica uma "manifesta falta de meios para a magnitude das chamas".

O autarca adiantou ainda que a Administração Regional de Saúde do Centro já decidiu manter o Centro de Saúde do Fundão aberto ao longo de toda a noite.
Chamas obrigam ao corte da linha da Beira Alta
Um incêndio obrigou esta segunda-feira ao corte da linha da Beira Alta, suspendendo a circulação entre Vila Franca das Naves, em Trancoso, e Guarda. As chamas, que lavram desde sexta-feira em Ferreira do Zêzere, obrigaram ainda à evacuação de cerca de 20 a 30 habitantes de Aldeia do Rio Cimeiro.

A circulação na linha da Beira Alta foi suspensa, por questões de segurança, "às 17h12 por causa de um incêndio" que se aproximava da ferrovia, disse à agência Lusa fonte da Infraestruturas de Portugal (IP).

Face ao corte da linha, fonte da Comboios de Portugal (CP) afirmou que está em curso o transbordo rodoviário "entre Celorico da Beira e Guarda".

O transbordo é assegurado a cerca de 140 passageiros de dois comboios intercidades, um por sentido, acrescentou.

Se a situação se mantiver até ao final do dia, vai ser ainda afetado um comboio regional e um intercidades, disse a mesma fonte da CP.

De acordo com a página da Proteção Civil, um incêndio deflagrou hoje, às 17h01, no concelho de Pinhel, distrito da Guarda, na localidade de Bouça Cova, povoação próxima de Vila Franca das Naves.

Este fogo mobilizava, às 19h05, 104 operacionais, 26 meios terrestres e um meio aéreo.Aldeia de Rio Cimeiro evacuada
O incêndio que lavra em Ferreira do Zêzere, distrito de Santarém, está a obrigar à retirada dos habitantes da aldeia de Rio Cimeiro devido à proximidade das chamas, disse à Lusa fonte da Proteção Civil local.

"A situação está muito complicada em Dornes, Peralfaia e Rio Cimeiro", disse à agência Lusa o Comandante Operacional Municipal de Proteção Civil (COMPC) de Ferreira do Zêzere, tendo referido, cerca das 18:10, que os "cerca de 20 a 30 habitantes" da aldeia de Rio Cimeiro "começaram a ser transferidos para o Centro Cultural" de Ferreira do Zêzere, por uma questão de precaução.

"O vento está a empurrar as chamas para a aldeia e, por uma questão de precaução, porque são pessoas idosas e a sua retirada demora algum tempo, decidimos iniciar já este processo, até porque se aproxima a noite, e as pessoas ali estão mais seguras e também mais tranquilas, porque têm o que comer, onde dormir, e estão bem acompanhadas", disse Pedro Mendes.

Segundo disse ainda o COMPC, o incêndio "vai no bom caminho, está dominado em grande parte da sua extensão, de muitos quilómetros", tendo, no entanto, feito notar que "os reacendimentos e as muitas projeções causadas pelo vento estão a gerar ainda uma situação muito complicada", nomeadamente, acrescentou, "mais a sul do concelho, junto do Lago Azul, em zona de difícil acesso".

No total, desde sexta-feira, terão sido evacuadas "cerca de uma dezenas de aldeias", número que não conseguiu precisar, tendo o município emitido um comunicado à população onde faz vários apelos e onde dá conta de "quatro edifícios de primeira habitação atingidos, para além de edifícios de segunda habitação, anexos e equipamentos ainda em avaliação".

O município, que ativou à 01:00 do dia 13 de agosto o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil, apela ainda para a "necessidade de precaução nas vias que já se encontram abertas, mas afetadas pelo incêndio, visto que existem árvores e pedras caídas ou em risco de queda", tendo feito notar que o sinistro "não se encontra totalmente dominado".

De acordo com a página da Proteção Civil, este incêndio, que começou na localidade de Senhora da Orada, freguesia de Beco, Ferreira do Zêzere, na sexta-feira, dia 11 de agosto, às 20:04, mantinha duas frentes ativas às 18:30 de hoje [segunda-feira] e mobilizava 244 operacionais, 76 veículos e um meio aéreo.

Segundo a mesma página, estão cortadas à circulação a EN 238, Besteiros/Vale Serrão, e a EN 348, Chão da Serra/Lago Azul.



C/Lusa
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