Funcionário público detido pelo SEF trabalhava no centro emprego Lagos

O funcionário público detido quarta-feira pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) por alegado envolvimento numa rede de auxílio à imigração ilegal trabalhava no Centro de Emprego de Lagos.

Agência LUSA /

O homem faz parte do rol das catorze pessoas detidas quarta- feira pelo SEF, entre as quais estão seis portugueses - o funcionário público e cinco empresários da construção civil -, sendo os restantes oriundos da Europa de Leste, nomeadamente da Moldávia.

Isilda Gomes, delegada regional do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), disse à agência Lusa que durante a manhã de quarta-feira as autoridades efectuaram buscas no gabinete do detido, de cerca de 40 anos de idade, apreendendo-lhe o computador e vários dossiers.

Confessando ter sido "completamente apanhada de surpresa", a responsável disse desconhecer qual o papel eventualmente desempenhado pelo funcionário na alegada associação criminosa, por o processo ainda estar em investigação.

"O próprio IEFP está internamente a desenvolver um processo para averiguar as responsabilidades deste funcionário no sucedido", disse, acrescentando que o homem já trabalhava no organismo há muitos anos.

"Somos os primeiros a querer ter o nosso nome defendido e por isso vamos investigar tudo o que se passou", concluiu.

Isilda Gomes adiantou ainda à Lusa que não foi chamada a prestar quaisquer declarações sobre o caso às autoridades.

A alegada rede criminosa, liderada por uma cidadã moldava, também detida, teria ligações a representações consulares portuguesas no exterior, auxiliando a imigração ilegal através da comercialização de contratos de trabalho fraudulentos.

Os contratos eram comprados aos empresários da construção civil por cerca de 500 euros e depois vendidos aos imigrantes por cerca de 2.500 a 3.000 euros, para que estes pudessem entrar nos países que compõem o Espaço Schengen.

O esquema, que conduziu muitos imigrantes para Portugal, Espanha e Itália, entre outros, permitiu que fossem emitidas largas centenas de vistos de trabalho.

PUB