"O paradigma do ecoponto está estabilizado. Para mudar de paradigma há que apostar no porta a porta", afirmou à Lusa Miguel Ferreira, diretor-geral da empresa Suldouro, responsável pela valorização e tratamento de resíduos dos concelhos de Gaia e Feira.

Segundo o responsável, a finalidade é, até 2020, ter um terço da população dos dois concelhos abrangida pela modalidade de recolha seletiva, ou seja, que essas pessoas tenham nas suas habitações contentores para os diferentes resíduos e que os mesmos sejam recolhidos em dias específicos.

A Suldouro quer assim "converter 135 mil habitantes" até 2020, um valor meramente estimativo e que "pode aumentar".

O projeto-piloto -- que será aplicado já no início de fevereiro nas urbanizações de Santo André e Vilas Boas em Santa Maria da Feira e Mosteiro (Pedroso) e Telheiras de Cima (Vilar do Andorinho) em Gaia -- terá a duração de um ano, mas a empresa conta já no segundo semestre de 2016 avançar para novas zonas mediante os resultados obtidos.

Atualmente, cada pessoa separa cerca de 27 quilos de resíduos por ano e, com este projeto, a empresa que recebe o lixo dos concelhos de Gaia e Feira, quer ver separados 45 quilos em 2020.

Na próxima semana será conhecido o resultado do concurso público aberto para a compra dos contentores diferenciados que começarão a ser distribuídos pelas habitações do projeto-piloto em fevereiro.

Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Gaia explicou tratar-se de um projeto "que fazia parte do caderno de encargos da concessão do aterro" que a autarquia "insistiu para que não ficasse pelo caminho".

"Se correr bem, a expectativa é dar outro fôlego ao projeto", assinalou Eduardo Vítor Rodrigues que disse ficar "satisfeito" pela implementação da recolha seletiva porta a porta.

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