Geocaching, a caça ao tesouro dos tempos modernos

por RTP
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A pé, de bicicleta ou, para os mais preguiçosos, de carro ou de mota, o Geocaching é um hobby que leva milhares de pessoas a procurarem um ponto georreferenciado com uma finalidade: encontrar uma cache. A atividade não tem idades. Exige apenas gosto e interesse em conhecer novos locais.

O fenómeno começou a 3 de maio de 2000, quando Dave Ulmer se lembrou de esconder uma lata de feijões no mato. Anotou as coordenadas do local e publicou-as na internet. Assim surgiu o Geocaching. Em Portugal há cerca de 40 mil “tesouros” por descobrir e, pelo mundo, mais de três milhões.

Para se entrar na comunidade, basta uma inscrição no site oficial. Já para quem tem um smartphone, a forma mais fácil é instalando a aplicação gratuita.

Se por outro lado tiver interesse em ter acesso a todos os tipos de caixinhas, basta uma subscrição mensal ou anual, que neste caso já tem um custo. Depois, é só procurar as coordenadas no mapa e pôr-se a caminho.

Nuno Veríssimo, programador de 39 anos, começou a procurar as caixinhas escondidas – conhecidas como caches entre os geocachers - em 2008 com a mulher. Mais tarde, quando o filho nasceu, juntou-se também aos pais e hoje a família conta com mais de três mil caches encontradas. Nuno é também o gestor da página de Facebook, dedicada ao Geocaching, com mais seguidores em Portugal.

Com vários tamanhos e formatos, assim são as caches. Cada uma com um caderno denominado logbook, para o usuário poder assinar. Mas o que as diferencia, para além do local onde se encontram, é o fato de nunca se saber o que se pode lá encontrar. Há pessoas que deixam vários objetos, para que as seguintes os possam trocar por outros. E há também sempre a possibilidade de encontrar uma geocoin ou um travel bug. Assim, encontrar uma cache torna-se uma verdadeira caça ao tesouro.

Mas há cuidados a ter, nomeadamente com os muggles, que muitas vezes acabam por destruir ou vandalizar as caixinhas, por não saberem do que se trata.

Vítor Camocho, enfermeiro de 46 anos, começou nesta aventura há dois anos. Juntamente com a mulher e a filha formam uma equipa que, no total, já encontrou quatro mil caches. Para Vítor, o geocaching é um hobby que o faz sair do stress e da rotina.

Seja para enfrentar fobias ou conhecer espaços novos, o Geocaching tornou-se um vício para os praticantes. São já nove milhões pelo mundo e 50 mil em Portugal. O que une? O gosto pela aventura e pela descoberta de novos tesouros.

Mas não é só pelo desafio que estes praticantes fazem Geocaching. A verdade é que todos eles revelam que esta atividade levou-os a fazer grandes amigos. Todos eles são da opinião que, melhor do que ver o número de caches descobertas a aumentar, é o convívio e a união que se sente entre todos.

Quem também concorda é António Costa, de 52 anos, que começou a encontrar caixinhas nos Açores. Hoje já soma 5.200. A mais longínqua estava na Islândia. Para este enfermeiro, o Geocaching foi a ajuda que necessitava para superar um problema de saúde que o stress do emprego lhe trouxe.

Há caixinhas que vêm com enigmas, outras têm como objetivo a limpeza do local e há até mesmo grandes eventos, assinalados no mapa, com mais de cinco mil participantes. Têm vários tamanhos e formas, mas seja no continente, ou nas ilhas, na costa ou no interior, há sempre um tesouro por descobrir.
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