Gerente bancário que recusou atender cliente "mal vestido" não vai a julgamento
Braga, 12 dez (Lusa) - O juiz de instrução criminal do Tribunal de Braga decidiu hoje não levar a julgamento o gerente bancário que alegadamente se recusou a atender um cliente, em 2012, por este não estar "com roupa decente".
O cliente queixava-se de injúria, mas o juiz considerou que não existem indícios suficientes para levar o gerente a julgamento.
A advogada do arguido, Luísa Figueiredo, disse que vai recorrer da decisão de não pronúncia.
O caso remonta a 18 de dezembro 2012, quando um empresário se dirigiu, em roupa de trabalho, a um banco em Braga, para levantar um cheque.
O gerente recusou atendê-lo no interior do banco, questionando se "aquilo" era roupa que se apresentasse, acabando por lhe pagar o cheque no exterior.
"Disse-me para ir tomar banho, para me ir vestir como deve ser. A verdade é que eu estava em roupa de trabalho mas não estava sujo nem nada que se pareça", referiu o empresário, sublinhando não poder perdoar a "enorme humilhação" que sofreu.
Ainda segundo o empresário, o gerente bancário ter-lhe-á dito que pensou que ele fosse "um romeno".
Na ocasião, gerou-se uma troca de palavras entre o empresário e o gerente bancário, tendo este também apresentado queixa por injúrias.
O juiz de instrução criminal decidiu pronunciar o empresário por este crime.
Um amigo do empresário, que na altura filmou os factos com um telemóvel, vai ser julgado pelo crime de gravação ilícita.