GNR fecha "temporariamente" posto da Venda Nova e deixa população "preocupada" e "indignada"

Vila Real, 08 set (Lusa) -- A GNR fechou "temporariamente" o posto de atendimento da Venda Nova, concelho de Montalegre, devido à falta de condições físicas do edifício, uma medida que deixou a população local "muito preocupada" e "indignada".

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O comandante distrital da GNR de Vila Real, o tenente coronel João Oliveira, disse hoje que o posto da Venda Nova foi encerrado a 31 de agosto e que os nove militares que ali prestavam serviço foram distribuídos por Montalegre e Boticas.

O responsável salientou a falta de condições físicas do edifício, que "atingiram o limite".

"Só por isso é que fechámos temporariamente", sublinhou. No entanto, referiu que, para já, esta força policial "não tem capacidade para reparar o posto".

O presidente da junta de freguesia da Venda Nova, Jorge Silva, reagiu com "muita preocupação e indignação" a este encerramento.

O autarca explicou à Agência Lusa que aquele posto da GNR funcionava há 130 anos e assegurava o patrulhamento de oito freguesias, num total de "cerca de oito mil pessoas".

"A Venda Nova está a 40 quilómetros de Montalegre, pelo que sempre que houver uma ocorrência numa freguesia, os militares vão demorar mais de 30 minutos a chegar ao local", salientou.

Jorge Silva referiu ainda que a população pretendia boicotar as últimas eleições legislativas, a 05 de junho, como forma de mostrar o seu descontentamento pelo encerramento do posto da GNR.

"Mas o governador civil garantiu-me que não iria encerrar e fui enganado", acrescentou.

O comandante João Oliveira garantiu um patrulhamento diário àquela zona do Baixo Barroso, que será efetuado pelo posto de Montalegre, e referiu que todos os sábados de manhã os militares estarão na Junta de Freguesia a "receber eventual expediente ou queixas", de forma a evitar que as pessoas se tenham que deslocar à sede do concelho.

O presidente da junta acredita que estas patrulhas vão terminar "dentro de algum tempo" até porque, frisou, a GNR "gasta mais em gasóleo do que em manter o posto de portas abertas".

"As pessoas estavam dispostas a ajudar nas obras porque a GNR faz muita falta e não vai conseguir chegar a todo lado, nomeadamente às localidades mais afastadas do concelho", concluiu.

Com este encerramento, embora "temporário", aumentam os receios de que outros pequenos postos fechem no distrito, como o do Pinhão, Vidago, Pedras Salgadas ou Lebução.

O tenente-coronel garantiu que a intenção "é manter" e, mais tarde, "se possível", até reforçar com alguns meios".

"Entendemos que deve haver uma proximidade entre a GNR e as pessoas", sublinhou

João Oliveira, 46 anos, tomou posse a 01 de setembro como comandante do comando territorial da GNR de Vila Real, substituindo o coronel Norberto Fernandes, cuja transferência para Lisboa gerou algum descontentamento entre os militares do distrito.

Assume o comando numa época de fortes constrangimentos orçamentais, mas deixou a garantia de que "a cortar em alguma coisa não será certamente na atividade operacional".

"O que temos tentado fazer é preparar, planear melhor. Ou seja, garantir a mesma segurança, mas executando o serviço, às vezes, de outra forma", salientou.

O distrito conta com cerca de 700 efetivos espalhados por 20 postos.

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