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Governo autorizou hospitais a pagar aos tarefeiros até 50% acima do valor pago aos médicos dos quadros. O que dizem os sindicatos
Segundo o despacho publicado na quarta-feira, passa a ser possível pagar aos médicos tarefeiros em situações excecionais um valor à hora superior ao teto máximo atualmente previsto no Orçamento do Estado.
Foto: Benoit Tessier - Reuters
Com a chegada dos períodos de férias aumenta a dificuldade em completar as escalas médicas. Por esta razão, o Governo voltou a autorizar as Unidades Locais de Saúde do SNS a aumentar o valor pago aos tarefeiros.
Os sindicatos contestam a medida, considerando que é uma medida de curto prazo, "sem sentido" que nada resolve e que promove desigualdade entre profissionais, "destrói as equipas" e leva muitos médicos a saírem do SNS para serem, eles próprios, tarefeiros.
Joana Bordalo e Sá, da FNAM, lembra que ministra da Saúde, há uns meses, considerou o recurso aos tarefeiros como um fator de malignidade. "Agora permite e promove esta prática. É uma contradição absoluta de princípios", diz. "Cada vez se gasta mais em prestadores de serviços (...) quando não era isto que deveria estar a acontecer", considerando que deveriam estar a ser dadas mais condições aos médicos dos quadros.
A responsável da FNAM diz que a ministra já deveria ter encontrado uma solução para o problema, dizendo mesmo que a governante deveria estar a dar atenção ao problema do acesso das grávidas. "Parece não haver vontade política" nem "competência técnica", adverte ainda Joana Bordalo e Sá.
Nuno Rodrigues, do Sindicato Independente dos Médicos, lembra que tem defendido a mobilidade de médicos que poderia culmatar os problemas que se colocam sazonalmente.