A greve no metro do Porto, que teve início na meia-noite de segunda-feira, é a primeira em mais de uma década. Em causa está a luta pela redução da carga laboral e a alteração da categoria profissional.
Sobre a alteração na categoria profissional, na qual os trabalhadores pretendem ser reconhecidos como maquinistas e não como agentes de condução, o sindicalista Paulo Milheiro afirmou que “estamos aqui com intenção de tentar resolver o acordo de empresa que esteve em cima da mesa e que entretanto está a ser negociado muito devagar”.
Paulo Milheiro reforça ainda a necessidade de negociar “com seriedade” com a empresa Via Porto, que detém a rede do metro.
O Metro do Porto encerrou à meia-noite de segunda-feira e só reabre na terça-feira de manhã. Apesar de não estarem previstos serviços mínimos durante as 24 horas de paralisação, a linha B, o troço que liga Póvoa de Varzim à paragem de Fonte do Cuco, está em funcionamento.
No site do Metro do Porto, é dada a informação de que, “devido à greve dos agentes de condução e não tendo sido decretados serviços mínimos, a rede do Metro está encerrada em todas as linhas no dia 10 de Dezembro”.
A paralisação do Metro do Porto foi anunciada a 26 de novembro e estão previstas duas datas adicionais, a 17 e 31 de dezembro.
A rede do Metro do Porto presta serviços a sete concelhos da área metropolitana do Porto.
Dezembro marcado por greves
Na notícia avançada esta segunda-feira pelo jornal Público, existem dados da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público que apontam para 47 pré-avisos de greves até ao final do ano. Os pré-avisos partem de 11 áreas da administração pública.
O Público indica que as greves continuam por parte dos registos e notariado, dos educadores de infância e ensino básico e secundário, dos trabalhadores dos hospitais E.P.E., enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutica, guardas prisionais, funcionários judiciais, bombeiros de 23 autarquias e trabalhadores da Câmara de Oeiras.
O diário refere ainda o pré-aviso de paralisações que poderão afetar os aeroportos nacionais: dos sindicatos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, do Sindicato dos Inspetores de Investigação, Fiscalização e Fronteiras, e de duas empresas privadas de segurança.
Manifestações “justas”
O líder do Partido Comunista Português, Jerónimo de Sousa, demonstrou apoiar as greves que marcam esta semana, considerando-as justas.
Jerónimo de Sousa refere que "o dinheiro não chega para aumentar salários, responder a reivindicações e compromissos que foram assumidos desde os trabalhadores aos professores, às forças de segurança, aos oficiais de justiça, a um conjunto de pessoas que têm justas razões para reivindicar uma vida melhor.”
Ainda durante a Assembleia da Organização Regional de Vila Real do PCP, o secretário-geral do PCP reforçou, segundo a Lusa, que “há quem releve as consequências das lutas e critique o recurso à greve, mas não querem discutir as causas, a sua justeza, a ausência de respostas a problemas, a compromissos assumidos e não concretizados, a direitos que continuam a não ser repostos”.