Greve dos professores com adesão a rondar os 90%

A adesão à greve dos professores, que protestam esta quarta-feira contra o desinvestimento na Educação, rondava, às 9h30, os 90 por cento, segundo a Federação Nacional de Educação.

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A paralisação foi convocada por sete estruturas sindicais e acontece no dia em que o ministro da Educação é ouvido no Parlamento sobre o Orçamento do Estado para 2023 Sara Piteira - RTP

"Os níveis de adesão estão muito próximos dos da greve anterior, ou seja, na ordem dos 90 por cento. Há muitas escolas fechadas de norte a sul do país e outras estão abertas, mas não estão a decorrer aulas por falta de professores", disse à Lusa João Dias da Silva, secretário-geral da Federação Nacional de Educação (FNE).

Os professores cumprem esta quarta-feira um dia de greve nacional em protesto contra o Orçamento do Estado para 2023 e a falta de investimento na Educação. Exigem a valorização da carreira docente, o combate à precariedade e a necessidade de rejuvenescer o setor.A paralisação foi convocada por sete estruturas sindicais e acontece no dia em que o ministro da Educação é ouvido no Parlamento sobre o Orçamento do Estado para 2023.


Ouvido pelos jornalistas em Coimbra, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, denunciou uma “carreira despedaçada” e exigiu que "o Governo se sente à mesa das negociações".
“Exigimos que o governo se sente à mesa das negociações e resolva estes problemas. Se não o fizer, nós cada vez vamos ter mais falta de professores”, disse Mário Nogueira. “A compensação que nós queremos não é que paguem mais. É apenas que respeitem os professores nos seus direitos, no seu salário”, acrescentou.

A Federação Nacional de Educação (FNE) apelou à criação de estímulos para atrair professores para zonas mais desfavorecidas ou com falta de profissionais, à conclusão do processo de recuperação do tempo congelado e ao respeito pelos limites do tempo de trabalho, além da substituição do atual modelo de avaliação de desempenho.

A FNE junta-se a esta greve, mas não à manifestação em Lisboa. Em entrevista à RTP, Maria João Cardoso explica que Federação Nacional de Educação decidiu pela “ação de proximidade no terreno, com as escolas, com os professores e com os diretores”. Esclareceu, no entanto, que os motivos da greve “são os mesmos, nomeadamente o grande desinvestimento na educação, que é altamente preocupante”.
Por sua vez, o SINDEP justificou o uso da "legítima arma da greve" na expectativa de que leve o Ministério da Educação a "voltar à mesa para uma verdadeira negociação e não para um mero `faz de conta que negociamos`".

As várias estruturas sindicais associadas aos professores e educadores escolheram o dia de hoje para fazer coincidir a greve nacional com a intervenção do ministro da Educação, João Costa, na Assembleia da República, em defesa da proposta orçamental para o setor no próximo ano.

c/ Lusa
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