Greve dos professores já afecta dezenas de escolas

por RTP
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O STOP, o sindicato que convocou a primeira numa série de greves de professores marcada para o mês de junho, calcula em várias dezenas o número de escolas onde estão a fazer-se sentir os efeitos dessa paralisação.

Na sua página de facebook, o STOP (Sindicato de Todos os Professores) lamenta "o boicote/silenciamento que a maioria dos media tem feito sobre esta greve" e vê nessa atitude dos media uma uma prova de vida dos "interesses poderosos que querem uma classe docente submissa e desconsiderada".

Denuncia, além disso, o papel que têm tido comentadores ou personalidades como Miguel Sousa Tavares ou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, em semear desinformação de vário tipo sobre as motivações da greve. Da parte de Fernando Medina, pelo menos, é entretanto citada uma retractação, ou pelo menos uma relativização de afirmações que tinha proferido.

O sindicato adere à paralisação convocada pelos tradicionais sindicatos de docentes, nomeadamente a Fenprof, para o dia 18 de junho. Mas avançou também com uma iniciativa própria, referendada online com um sucesso que terá sido considerável: lançar uma greve desde já, entre os dias 4 e 15 de junho.

Para essa, enviou no prazo legal o pré-aviso de greve correspondente, de modo que a paralisação já se encontra em curso. Um outro tipo de boicote/silenciamento foi, neste particular, denunciado em declarações à RTP pelo dirigente do STOP André Pestana: direcções de várias escolas procuraram desmobilizar os docentes ameaçando-os com faltas injustificadas, com alegação de que não teriam recebido o pré-aviso.

André Pestana não hesita em afirmar que existe aqui uma violação da lei da greve e o exercício de uma pressão ilegítima das autoridades escolares sobre docentes que pretendem fazer uso desse direito. E anuncia que o sindicato irá proceder nas instâncias devidas contra quem tenham atentado contra o direito de greve.

Mais importante, contudo, é o facto de o silenciamento mediático e as pressões de certas direcções escolares, segundo a estimativa do STOP, não terem impedido que cerca de 80 escolas e agrupamentos escolaresse encontrem já seriamente afectados pela paralisação.

Um artigo de Alexandre Henriques, retomado na citada página de facebook, dá um primeiro inventário do STOP sobre as escolas atingidas pela greve e sustenta que há centenas de conselhos de avaliação de turma a serem anulados devido à greve. Felicita-se, além disso, pelo facto de a Fenprof ter reconhecido a relevância da greve em curso.

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