Greve Geral. Líder do PCP acredita que no dia seguinte haverá melhores condições para lutar

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, antecipa uma "grande greve geral", mostrando-se confiante de que no dia seguinte haverá "melhores condições para derrotar" o pacote laboral.

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Foto: Luis Vilar - RTP

O líder do PCP considera que "vai ser uma grande greve geral. Há muitas razoes para os trabalhadores aderirem à greve, há muitas razões para os trabalhadores pararem nesse dia para poderem avançar nas suas vidas nos dias seguintes. Se dúvidas houvesse, este contacto que estamos a fazer aqui na Visteon prova isso mesmo". 

Paulo Raimundo falava após um contacto com trabalhadores da Visteon, empresa de Palmela que produz componentes elétricos para automóveis, no qual percebeu que há "muita gente determinada" em aderir à greve geral de quinta-feira.

"Sabem bem a luta que se tem travado, nesta empresa em concreto, desde sempre e que impediu a implementação do banco de horas aqui. Sabem bem o que o patronato quer com o banco de horas individual", notou.

O secretário-geral do PCP alertou ainda para "a intensificação do ritmo de trabalho e as doenças profissionais que daí advêm".

"Quem trabalha, merece melhor. Quem cria a riqueza, quem põe tudo isto a funcionar, merece uma vida melhor e essa vida não é com mais precariedade, com mais banco de horas, não é com mais pressão sobre as mães e os pais, com mais pressão sobre os salários, não é certamente com despedimentos com justa causa", reforçou.

A greve geral de quinta-feira foi anunciada pelo secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, no final da marcha nacional contra o pacote laboral, em 08 de novembro.

Dias depois, a UGT aprovou por unanimidade a decisão de avançar em convergência com a CGTP, incluindo, assim, o voto favorável dos Trabalhadores Social-Democratas (TSD).

Esta será a primeira paralisação a juntar as duas centrais sindicais, desde junho de 2013, altura em que Portugal estava sob intervenção da 'troika'.

"Vai ser uma grande greve, uma grande resposta dos trabalhadores, em particular maioritariamente das trabalhadoras, para aderir à greve. Cá estaremos no dia 12 com melhores condições para derrotar este pacote laboral", concluiu.

As alterações previstas na proposta que o Governo apresentou em 24 de julho como uma revisão "profunda" da legislação laboral, e que preveem a revisão de mais de uma centena de artigos do Código de Trabalho, visam desde a área da parentalidade (com alterações nas licenças parentais, amamentação e luto gestacional) ao trabalho flexível, formação nas empresas ou período experimental dos contratos de trabalho, prevendo ainda um alargamento dos setores que passam a estar abrangidos por serviços mínimos em caso de greve.
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