Foto: Força Aérea Portuguesa
O único helicóptero da Força Aérea que pode transportar doentes urgentes ao longo de 24 horas não consegue aterrar nos heliportos dos hospitais. É um aparelho pesado e volumoso.
"Nós fomos acionados às 16h45. Foi a vítima assistida pela equipa médica da VMER da Covilhã e pelos bombeiros no local e foi transportada para o hospital pelas 18h30", adiantou Luís Marques, comandante dos Bombeiros Voluntários da Covilhã.
A decisão de seguir para a Covilhã foi do médico. Mais tarde foi decidido que o utente teria de ser transportado para Coimbra de helicóptero. Da Base Aérea do Montijo descolou um EH Merlin 101 - o único disponível 24 horas por dia.
Os bombeiros saíram com o doente do Hospital da Covilhã às 22h14. Chegaram ao aeródromo de Castelo Branco às 23h30. Percorreram 60 quilómetros que poderiam ter sido evitados, caso o helicóptero fosse de tamanho menor.
Em Coimbra, o EH Merlin também não conseguiu aterrar. Fê-lo no Aeródromo de Cernache, pelas 0h15. Os Bombeiros de Coimbra fizeram cerca de 11 quilómetros e chegaram às urgências do hospital com o doente pela 1h00. Ou seja, mais de oito horas após o acidente.
A notícia foi avançada pela SIC. Contactado pela RTP, o Hospital de Coimbra não quis prestar esclarecimentos. Na Covilhã, a Unidade Local de Saúde da Cova da Beira afirma ter cumprido todos os procedimentos.
O Ministério da Saúde não respondeu e a Força Aérea Portuguesa remeteu para o Ministério da Defesa Nacional, que, apesar da insistência, também não respondeu.
O INEM não prestou qualquer esclarecimento sobre este caso ou sobre as opções clínicas e de encaminhamento do doente em causa.
O homem de 49 anos já foi entretanto transferido para a Covilhã, onde está nos cuidados intensivos.