Herdade da Contenda em Moura apontada como "bom exemplo" de ordenamento florestal

A Herdade da Contenda, no Concelho alentejano de Moura, foi hoje apontada como "um bom exemplo" nacional de ordenamento florestal pelo vice-presidente da Comissão Eventual de Defesa da Floresta contra Incêndios, o deputado Horácio Antunes.

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"A Herdade da Contenda tem boas práticas na defesa da floresta e é um dos bons exemplos de ordenamento florestal", garantiu o deputado à agência Lusa.

A Comissão Eventual de Acompanhamento e Avaliação da Política Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios visitou hoje aquela herdade no interior alentejano, na raia do distrito de Beja com a Andaluzia espanhola.

A visita integrou-se na deslocação de dois dias que a "quase totalidade" dos deputados da comissão estão a efectuar ao Vale do Guadiana, a qual termina terça-feira, com uma reunião em Mértola.

"Cerca de 20 deputados da comissão estão presentes e este primeiro dia serviu para que pudéssemos ver, no terreno, este bom exemplo da Contenda", acrescentou Horácio Antunes.

Com uma área de 5.319 hectares, a Herdade da Contenda, no extremo ocidental da Serra Morena, é gerida conjuntamente pela Câmara Municipal de Moura (proprietária) e pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF).

Segundo Horácio Antunes, os deputados ficaram hoje a conhecer mais detalhadamente o plano de ordenamento e gestão da herdade, o qual mostra as "boas práticas" aí desenvolvidas.

"A Contenda está devidamente compartimentada, com diversas espécies florestais, divididas entre si. Além disso, conta com caminhos e aceiros que impedem que, em caso de fogo, este se transmita e muita da sua área possa arder de forma contínua", explicou.

Esta "correcta organização da floresta", disse, permite que a mesma possa ser rentável: "Podem-se retirar diversos produtos, além da madeira".

"A fauna da herdade também está devidamente tratada. A Contenda é uma das maiores reservas de veados do País e possui diversas espécies de gado bovino", disse.

A existência nessa área do muflão (carneiro selvagem), perdizes, rolas, coelhos, lebres e javalis também foi destacada pelo deputado, salientando que, a juntar ao turismo cinegético, uma das apostas futuras da herdade poderá passar pelo ecoturismo.

Um jantar debate, em Beja, sobre a relação entre incêndios e desertificação encerra o primeiro dia de deslocação dos deputados.

Terça-feira, além da reunião com as autarquias de Mértola e Serpa, os deputados visitam ainda o Parque Natural do Vale do Guadiana.

"Vamos ver uma zona ardida em anos anteriores e onde há regeneração espontânea e outros locais onde está a ser feita reflorestação", acrescentou o vice-presidente comissão, considerando que o Vale do Guadiana é "um ecossistema importante" que "importa recuperar".

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