Horas de espera nas urgências do Amadora-Sintra vão continuar

O diretor das Urgências do hospital Amadora-Sintra, Luís Duarte Costa, afirmou à RTP, que espera a continuação dos longos períodos de espera que têm vindo a verificar-se.

RTP /
O problema prende-se com a falta de médicos de família, com a redução dos clínicos na equipa de urgências e com a falta de camas, agravados por uma afluência fora das expetativas.

"Notámos há 10 dias um aumento da afluência face àquilo que é o podemos esperar nesta altura do ano", algo "tem acontecido em vários hospitais", referiu Luís Duarte Costa, reconhecendo que não tem explicação para o fenómeno.

Uma das explicações avançadas pelo diretor é o facto da "afluência às urgências em Portugal é a maior da OCDE". "Metade das pessoas não devia estar aqui", explica o clínico, mas, muitas vão ao hospital do Amadora Sintra por problemas simples, "porque não têm médico de família".

Outro problema é a falta de camas. "Este hospital em particular não tem camas. A média em Portugal é de 3,5 camas por 1000 habitantes, e esta é de 1,1", por isso os doentes ficam "presos" nas urgências. Além disso, porque 25 por cento dos doentes com alta clínica "permanecem cá", internados.

A falta de médicos é o terceiro fator a complicar a assistência nas urgências. "Se pudesse contratar oito médicos, contratava, se fossem 10, contratava, porque estamos neste regime excecional que é o Amadora-Sintra", lamentou o diretor das urgências do Amadora-Sintra.

O médico reconhece que o problema deverá continuar, apesar dos planos de abrir novas unidades hospitalares no concelho.
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