Hospital-Escola Fernando Pessoa quer acordo com SNS para ser usado por população de Gondomar

por Lusa

Gondomar, 04 dez (Lusa) -- O presidente da Fundação Fernando Pessoa, Salvato Trigo, propôs ao ministro da Saúde que o Hospital-Escola inaugurado hoje em Gondomar seja alvo de convenções com o Serviço Nacional de Saúde para a sua utilização pelas populações da área envolvente.

A proposta foi feita por Salvato Trigo durante a cerimónia de inauguração do Hospital-Escola da Universidade Fernando Pessoa, em Gondomar, sessão que contou com a presença do ministro da Saúde, Paulo Macedo, e do presidente da Câmara de Gondomar, Valentim Loureiro, que no seu discurso também formulou o mesmo pedido.

"A proposta é que o Estado permita que as populações de Gondomar venham a este hospital como se fossem a um hospital do Serviço Nacional de Saúde e nós estamos disponíveis para faturar ao Estado por ato clínico a preço inferior àquele que o Estado transfere para as suas próprias unidades de saúde", explicou Salvato Trigo aos jornalistas no final.

O presidente da Fundação Fernando Pessoa sugeriu, durante o discurso, "permitir aos gondomarenses, especialmente aos mais necessitados e aos mais idosos, que queiram usar o Hospital-Escola como se de uma unidade do Serviço Nacional de Saúde se tratasse", considerando que "teria um impacto extraordinariamente positivo para a sua segurança e qualidade de vida".

O investimento global no Hospital-Escola da Universidade Fernando Pessoa rondou os 50 milhões de euros e vai criar, na fase inicial, 250 postos de trabalho, chegando aos 500 quando estiver em pleno funcionamento.

Valentim Loureiro também se dirigiu a Paulo Macedo durante o discurso, com o objetivo de o "sensibilizar para que sejam criadas as condições necessárias para que entre o Ministério da Saúde e a Fundação Fernando Pessoa sejam celebradas as convenções dos vários subsistemas de saúde que permitam aos gondomarenses serem atendidos aqui neste hospital".

"Os gondomarenses não vão aceitar mais, depois de terem aqui este hospital, deslocarem-se para o Porto. Queria pedir-lhe que levasse isto em linha de conta", sublinhou.

No discurso de encerramento da cerimónia, o ministro da Saúde não respondeu diretamente aos desafios e propostas lançados quer por Salvato Trigo quer por Valentim Loureiro, enfatizando que o Hospital-Escola é um "projeto privado construído com base na sociedade civil e não necessitando do tradicional apoio do Estado".

"Este projeto é uma prova clara da maturidade crescente da nossa sociedade e de uma nova visão, em que é claramente assumido que podem existir projetos de relevância nascidos, criados e certamente com um futuro risonho sem que para isso precisem de fundos governamentais para avançarem", sublinhou.

Paulo Macedo disse ainda que a unidade "associa a prestação de cuidados à formação de novos profissionais inscritos nos cursos de saúde ministrados pela Universidade Fernando Pessoa", destacando o facto de obedecer "a uma lógica de autossuficiência da unidade alicerçada num conjunto de características da sua zona de implementação".

Segundo o presidente da fundação, o Hospital-Escola começa a funcionar a partir de quarta-feira, dispondo de todas as valências médicas e de cuidados primários à exceção da cirurgia cardiotorácica e da cirurgia neurológica.

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