Hospital Garcia de Orta em Almada reabre hoje atendimento noturno da urgência pediátrica

por Lusa

O Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada, distrito de Setúbal, reabre hoje, a partir das 20:00, o atendimento noturno da urgência pediátrica, encerrado durante quase dois anos, anunciou a entidade hospitalar.

O serviço de urgência pediátrica assegura a prestação de cuidados de saúde urgentes e emergentes a crianças e jovens até aos 18 anos, e "voltará a funcionar, de forma ininterrupta", após o atendimento noturno ter estado "encerrado desde 18 de novembro de 2019, em face das dificuldades em assegurar a continuidade de escalas que permitissem manter profissionais em número e diferenciação exigidos por lei", indicou o gabinete de comunicação do HGO.

A reabertura do atendimento noturno da urgência pediátrica, que funciona entre as 20:00 e as 08:30, resulta da aposta no "reforço das suas equipas de profissionais", referiu o hospital.

Em comunicado, o presidente do conselho de administração do HGO, Luís Amaro, destacou esse reforço e enalteceu o contributo de todos os profissionais da urgência pediátrica para conseguir reabrir o serviço no período noturno.

"Só com a enorme entrega, flexibilidade, sentido e espírito de missão e, sobretudo, de valorização da `causa pública` pelos nossos médicos, enfermeiros, assistentes operacionais, assistentes técnicos, entre outros profissionais do serviço de pediatria, foi possível ultrapassar este período difícil na história do serviço e dos quase 30 anos do Hospital Garcia de Orta", afirmou Luís Amaro.

Neste âmbito, o serviço de urgência pediátrica do HGO organizou-se no sentido "reter e captar maior número de profissionais", contando atualmente com oito médicos pediatras que passam a assumir as funções de chefe de equipa de urgência, o dobro do existente em 2019.

De acordo com o diretor do serviço de pediatria do HGO, João Franco, a reabertura do atendimento noturno é resultado da "competência e dedicação dos profissionais que permitiram preservar a qualidade e humanização de cuidados".

A capacidade e entrega dos profissionais permitiram "assegurar a continuidade da prestação de cuidados fundamentais às crianças e jovens dos concelhos de Almada e do Seixal nas diversas vertentes -- urgência, consultas externas e Centro de Desenvolvimento da Criança Torrado da Silva, internamento, hospital de dia, cuidados intensivos neonatais e pediátricos, entre outros -- inclusive em período pandémico", apontou João Franco.

O diretor do serviço de pediatria do HGO disse ainda que o profissionalismo do pessoal médico foi também importante para manter a atividade e idoneidade formativa determinante no futuro do serviço, com os internos de pediatria que desempenharam um papel fundamental ao longo deste período, e para "incentivar o ingresso de novos pediatras em sucessivos procedimentos concursais, que, além de corresponderem a um significativo reforço quantitativo do corpo clínico, demonstraram uma ótima integração no serviço, assim possibilitando a reabertura noturna da urgência pediátrica, mantendo padrões de qualidade e segurança assistencial".

João Franco destacou também o empenho de todos os profissionais de saúde do Agrupamento de Centros de Saúde de Almada e do Seixal, que trabalham diariamente, de forma integrada, com o HGO, inclusive na urgência pediátrica e no atendimento da doença aguda em idade pediátrica, nos cuidados de saúde primários.

No âmbito da reabertura do atendimento noturno, o diretor do serviço de pediatria do HGO deixou um alerta à população para o acesso apropriado à urgência pediátrica, reservando-o para situações de verdadeira urgência.

"Perto de 70% das admissões diárias correspondem a situações que podem ser observadas durante o dia, em consulta com o médico assistente ou nas diversas modalidades de atendimento para doença aguda, no Agrupamento de Centros de Saúde Almada Seixal", referiu João Franco.

Em 18 de novembro de 2019, aquando o encerramento do atendimento noturno, a ministra da Saúde, Marta Temido, assegurou que o fecho à noite da urgência pediátrica do HGO, motivado pela falta de especialistas, seria temporário e que tentaria que a situação "dure o menos tempo possível".

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